Anvisa inicia processo para analisar consumo de cigarros eletrônicos no Brasil

O órgão pretende coletar evidências técnicas e científicas sobre os cigarros eletrônicos para futuras decisões de comercialização no país; saiba mais

Pedro Miranda* | redacao@jcconcursos.com.br   Publicado em 11/04/2022, às 21h54

Agência Brasil

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) iniciou nesta segunda-feira (11) a etapa de participação no processo de análise do consumo de cigarros eletrônicos. Nessa etapa, o órgão vai receber as evidências técnicas e científicas sobre esses produtos, também conhecidos como DEF ou Dispositivos Eletrônicos para Fumar.

O objetivo da agência é coletar informações científicas sobre e contra o uso de cigarros fornecidas por pesquisadores e instituições para subsidiar futuras decisões envolvendo a comercialização e uso desses produtos.

A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Histologia (SBPT), se opôs fortemente à liberação de cigarros eletrônicos. Para a entidade, esses dispositivos são uma ameaça à saúde pública. O pneumologista Paulo Corrêa, coordenador da Comissão de Tabagismo da SBPT, explicou que os usuários têm uma falsa crença de que a fumaça não é prejudicial à saúde porque é apenas vapor d'água.

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Cigarros eletrônicos têm aumento índice de fumantes no país

Médicos da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Histologia também alertaram que os cigarros eletrônicos têm grande apelo entre os jovens, aumentando o índice de novos fumantes no país. A Fiocruz também se opõe à liberação de cigarros eletrônicos e está promovendo uma petição sobre o tema.

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) reforça que esses dispositivos não são seguros, além de levar a dermatites, doenças cardiovasculares e até câncer. O instituto alerta ainda que os riscos de experimentar cigarros tradicionais podem ser três vezes maiores para quem usa cigarros eletrônicos.

Isso porque o risco de uma pessoa se tornar um usuário de cigarro eletrônico é quatro vezes maior do que o de um usuário de cigarro convencional, o que levará a outros danos à saúde conhecidos associados à prática.

Atualmente, a resolução da Anvisa proíbe a importação, comercialização e promoção desses produtos em todo o país. A coleta das informações da agência sobre o consumo dos cigarros eletrônicos continuará até 11 de maio.

*Estagiário sob supervisão do jornalista Jean Albuquerque

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