Maior parte dos graduados acaba permanecendo na informalidade ou aceitando posições que não condizem com seu nível de qualificação
Pedro Miranda Publicado em 14/06/2024, às 13h33
Um estudo realizado pela agência Geofusion, com base na análise de dados do sistema de registro profissional do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e do Censo do Ensino Superior 2022 do Ministério da Educação (MEC), revela uma realidade preocupante para os recém-formados no Brasil. Segundo o levantamento, apenas 10% dos egressos dos principais cursos de graduação conseguem empregos com carteira assinada compatíveis com sua formação acadêmica.
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A maior parte dos graduados acaba permanecendo na informalidade ou aceitando posições que não condizem com seu nível de qualificação. O presidente do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Manoel Neri, aponta a baixa qualidade dos cursos a distância (EaD) como um dos principais responsáveis pelo alto índice de desemprego, especialmente na área da saúde.
“Instituições de baixa qualidade oferecem esses cursos, cobram dos alunos e não entregam o prometido”, critica Neri.
Conforme o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), atualmente, existem 43 mil cursos superiores no Brasil. No entanto, 27% das matrículas estão concentradas em apenas quatro áreas: Pedagogia, Direito, Administração e Enfermagem.
Entre 2018 e 2022, o número de cursos EaD cresceu impressionantes 189,1%, saltando de 3.177 para 9.186. Das quase 23 milhões de vagas ofertadas no ensino superior em 2022, 17 milhões foram para cursos a distância.
Os cursos superiores com maior número de matrículas no Brasil são:
Pedagogia: 821.864 matrículas
Direito: 671.726 matrículas
Administração: 638.789 matrículas
Enfermagem: 457.968 matrículas
Contabilidade: 327.499 matrículas
Psicologia: 314.543 matrículas
Sistemas de Informação: 308.850 matrículas
Educação Física: 254.383 matrículas
Medicina: 245.501 matrículas
Gestão de Pessoas: 209.691 matrículas
Em resposta às preocupações com a qualidade da formação em Enfermagem, o Ministério da Educação (MEC) suspendeu a abertura de novos cursos EaD na área a partir de novembro de 2023, medida que valerá até março de 2025.
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