Entre as principais mudanças está a redução do prazo máximo de análise dos agrotóxicos. A expectativa é que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancione o PL
Pedro Miranda Publicado em 30/11/2023, às 17h04
Após 24 anos de debates e polêmicas, o Projeto de Lei (PL) dos Agrotóxicos, que propõe mudanças nas regras de aprovação, uso e comercialização desses produtos, foi aprovado pelo Senado na última terça-feira (28) e agora segue para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O texto, que difere do aprovado pela Câmara dos Deputados em 2022 e ganhou apelidos como "PL do Veneno" ou "pacote do veneno", foi apresentado pelo relator Fabiano Contarato (PT-ES). A versão aceita pela maioria dos senadores busca um "meio-termo" entre as demandas do setor agrícola e as perspectivas mais progressistas do governo Lula.
Entre as principais mudanças está a redução do prazo máximo de análise dos agrotóxicos, que passaria de 3 para 2 anos. A diminuição dos prazos era a principal reivindicação de representantes do agronegócio e dos fabricantes de agrotóxicos.
Outra mudança importante é que o texto aprovado no Senado retira as menções a "características teratogênicas", "carcinogênicas" ou distúrbios hormonais das regras para proibição de agrotóxicos. Agora, a proibição só se dá quando ocorre "risco inaceitável".
"Essa aprovação vai gerar problemas para a própria comercialização dos nossos produtos agrícolas. Tiro no pé!", afirmou a coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima Suely Araújo. A aprovação do texto também foi criticada por organizações ambientais, que afirmam que ele enfraquece as regras de segurança para a saúde humana e ambiental.
Prazo menor para análise: A redução do tempo máximo de análise dos agrotóxicos, de 3 para 2 anos, é uma das principais alterações. Esta mudança atende à solicitação de representantes do agronegócio e fabricantes de agrotóxicos, argumentando que os registros demoram até 7 anos para serem concluídos na prática. No entanto, ambientalistas alertam que a diminuição dos prazos representa um risco para a saúde.
Sem liberação automática: O texto do Senado exclui propostas controversas, como a autorização temporária automática para novos agrotóxicos permitidos por países-membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Prazos de Análise Propostos:
Produtos para Fabricantes (Produto Técnico):
Produtos Usados pelo Agricultor (Produtos Formulados):
Outros Tipos de Registros:
A atual legislação varia os prazos de "até 6 meses" a "até 3 anos". A nova proposta busca simplificar e acelerar o processo de aprovação, considerando categorias prioritárias ou ordinárias determinadas pelo Ministério da Agricultura.
Além disso, a proibição de agrotóxicos considerados de "risco inaceitável" é tema de debate, com críticos apontando que as mudanças enfraquecem as regras. O texto final determina a proibição apenas quando há "risco inaceitável", sem definição clara, o que levou à retirada da definição do Senado para evitar incertezas legais.
A expectativa é que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancione o PL dos Agrotóxicos. No entanto, Lula já afirmou que pode vetar o texto se ele não for alterado para atender às demandas de ambientalistas.
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