Administradora fala sobre os riscos de contratar crédito consignado do Auxílio Brasil. “Não é a medida ideal para tirar a população brasileira da crise”
Pedro Miranda* | redacao@jcconcursos.com.br Publicado em 04/08/2022, às 19h15
Os beneficiários do Auxílio Brasil poderão tomar emprestado alguns valores e autorizar o governo federal a descontar esse valor das parcelas mensais. De acordo com o texto, a responsabilidade pela dívida será direta e exclusiva do beneficiário. Em nenhuma hipótese, mesmo acessória, a União será responsável, conforme determina a lei.
A Lei 14.431/2022 foi sancionada pelo atual presidente Jair Bolsonaro. A medida também estende as margens de crédito consignadas aos empregados e segurados previdenciários regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Neste sentido, alguns cuidados precisam ser tomados ao optar pelo empréstimo.
Os beneficiários do Auxílio Brasil que fizerem a contratação do serviço podem comprometer até 40% do valor do benefício do programa social, e até 5% pode ser usado para sacar e amortizar dívida no cartão. O prazo de pagamento do empréstimo é de 48 meses.
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No perfil dela no Twitter, a influencer, empresária e administradora Nath Finanças fez um alerta sobre essa modalidade de crédito oferecida pelo governo federal. Nath destacou que ao analisar a contratação do empréstimo é importante pensar bem, pois parte do valor do benefício do Auxílio Brasil poderá ser afetada.
“Por exemplo, quem recebe R$ 400 (valor mínimo pago por família), se fizer um empréstimo de R$ 2.000 a juros de 5,63% ao mês, vai pagar R$ 3.694,83 em 24x de 153,95, comprometendo até R$ 160 do auxílio com o pagamento das parcelas e sobrariam APENAS R$240 para o resto das despesas”, explicou a influencer.
Nath lembrou que o Auxílio Brasil pessoas que precisam do benefício para viver, se alimentar, pois mesmo que pouco, ainda é esse valor que tem colocado comida na mesa, de grande parte da população do Brasil. “Essa drástica diminuição no valor do auxílio, pode levar à falta de dinheiro para pagamento de contas essenciais como água, luz e aluguel. E então, isso pode fazer com que essas pessoas passem ter que escolher qual conta vai pagar, tirando o dinheiro da luz pra pagar a água”, alertou.
Outra argumento da empresária, é que com a contratação do crédito às pessoas beneficiadas têm um risco de endividamento enorme, pois a maioria não teria condições de arcar com mais dívidas, principalmente com as taxas de juros altas. “Além de não terem garantia de que vão continuar recebendo o auxílio até o final do prazo de quitação do empréstimo”.
Infelizmente, essa não é a medida ideal para tirar a população brasileira da crise que estamos vivendo. Inclusive, é um ABSURDO o governo oferecer tal opção para o seu povo, sem pensar nos problemas que isso pode causar.
— Nath Finanças (@nathfinancas) August 3, 2022
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