Projeções do Boletim Focus reduziu as expectativas de inflação de 2023. Entretanto, o mercado financeiro também diminui a perspectiva de crescimento da economia
Victor Meira Publicado em 23/10/2023, às 10h54
O Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (23), trouxe as projeções das principais instituições financeiras do Brasil sobre os rumos futuros da economia. Os dados mostram uma revisão para baixo tanto da inflação oficial quanto do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
Segundo o boletim, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ficar em 4,65% em 2023, abaixo dos 4,75% previstos na semana anterior. Para 2024, a estimativa caiu de 3,88% para 3,87%, enquanto para 2025 permaneceu em 3,5%.
Mesmo com as quedas seguidas, a estimativa para este ano está acima do centro da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%.
De acordo com o BC, no último Relatório de Inflação, a chance de o índice oficial superar o teto da meta em 2023 é de 67%.
A projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Já o PIB, que representa a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, deve crescer 2,9% em 2023, uma leve queda em relação aos 2,92% projetados anteriormente. Para 2024 e 2025, as expectativas se mantiveram em 1,5% e 1,9%, respectivamente.
O boletim também manteve as projeções para a taxa básica de juros (Selic) e para o câmbio. A Selic deve encerrar 2023 em 11,75%, cair para 9% em 2024 e permanecer nesse patamar até 2025.
O dólar deve ficar em R$ 5 em 2023 e subir para R$ 5,05 em 2024 e 2025.
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