Conectividade no Brasil atinge novo recorde, mas desigualdades persistem

Leantamento indicou que 84% da população brasileira é usuária de internet. Pesquisa revela disparidade no acesso a computadores nas diferentes classes sociais.

Pedro Miranda   Publicado em 16/11/2023, às 14h37 - Atualizado às 17h24

Canva/JC Concursos

Os domicílios brasileiros com acesso à internet atingiram a marca de 84%, conforme apontou a pesquisa TIC Domicílios 2023, divulgada nesta quinta-feira (16) pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br). Os dados representam um aumento significativo em relação a 2015, quando apenas 51% dos domicílios tinham acesso à internet, consolidando uma evolução marcante.

A pesquisa, que contou com uma amostra abrangente de quase 24 mil domicílios e 21,2 mil indivíduos respondentes, evidenciou que as classes C e D/E foram cruciais para o crescimento da conectividade no país. Entre 2015 e 2023, a porcentagem de domicílios conectados nessas classes aumentou de 56% para 91% e de 16% para 67%, respectivamente.

Por outro lado, as classes A e B mantiveram níveis elevados, passando de 99% para 98% e de 88% para 98%, respectivamente. Entretanto, a pesquisa também destacou que a velocidade de conexão tende a ser prejudicada nas classes sociais com menor poder econômico.

Pesquisa revela disparidade no acesso a computadores nas diferentes classes sociais

Além disso, a prática de compartilhamento de conexão com domicílios vizinhos é mais comum na classe D/E, com 25% do total de lares com acesso à internet, enquanto na classe A esse índice é de apenas 1%.

Um aspecto relevante revelado pela pesquisa é a disparidade no acesso a computadores nas diferentes classes sociais. As classes C e D/E apresentam 42% e 11% de domicílios com computador, respectivamente, enquanto as classes A e B registram 99% e 84%, respectivamente.

Em relação ao acesso por indivíduos, a pesquisa indicou que 84% da população brasileira é usuária de internet, totalizando 156 milhões de pessoas. O indicador ampliado, que inclui aqueles que não declararam uso direto da internet, mas utilizam aplicações no celular que necessitam de conexão, atingiu 164 milhões de usuários.

Contudo, a pesquisa também destacou a existência de 29 milhões de pessoas não usuárias de internet, com predominância na área urbana, ensino até o fundamental, entre pretos e pardos, na classe D/E, com 60 anos de idade ou mais, do sexo masculino, e residentes nas regiões Nordeste e Sudeste.

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