Ministério Público (MP) e o Tribunal de Contas da União (TCU) solicitaram, nesta terça (18), a suspensão do crédito consignado do Auxílio Brasil; veja
Jean Albuquerque Publicado em 18/10/2022, às 20h42
O Ministério Público (MP) e o Tribunal de Contas da União (TCU) solicitaram, nesta terça-feira (18) a suspensão do crédito consignado do Auxílio Brasil por desvio de finalidade e uso "meramente eleitoral". O pedido é de que seja interrompido a oferta do produto até que seja feito pelo TCU possa se manifestar em definitivo sobre o assunto.
No pedido, o subprocurador-geral, Lucas Rocha Furtado, disse que apesar da lei prevê o consignado, o montante de alto valor já foi liberado em três dias do início do lançamento do crédito. Furtado ainda afirma que essa liberação "impõe dúvidas sobre as finalidades perseguidas mediante essa atividade."
A Caixa Econômica Federal tinha informado que até a última sexta-feira (14) havia concedido R$ 1,8 bilhão em crédito consignado a 700 beneficiários do programa de transferência de renda do governo federal.
O subprocurador também destacou a proximidade de liberação do crédito próximo ao segundo turno das eleições, o presidente Jair Bolsonaro (PL) segue em desvantagem nas pesquisas de intenção de votos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua saindo na frente nas pesquisas realizadas após o primeiro turno. Furtado ainda afirma que a medida dá a entender que é tomada a partir de interesses políticos-eleitorais.
+ Caixa Econômica pode ter rombo bilionário com crédito consignado do Auxílio Brasil de R$ 600,00
Com alto risco de inadimplência, a Caixa Econômica Federal pode ter rombo bilionário com a oferta do crédito consignado do Auxílio Brasil de R$ 600. A medida foi autorizada pelo Ministério da Cidadania e valores passaram a ser ofertados aos beneficiários do programa de transferência de renda do Governo Federal no último dia 10 de outubro.
Com a liberação, o valor da parcela do empréstimo será descontado automaticamente no valor mensal do benefício para quem optar por contratar o crédito. O empréstimo deve ser contratado pelo responsável familiar, inscrito no CadÚnico, sendo o titular da conta poupança social da Caixa na qual o benefício é depositado.
O crédito pode ser liberado para mais pessoas, já que o governo federal anunciou a inclusão de 500 mil famílias na folha de pagamento do Auxílio Brasil, que passou a atender 21,1 milhões de famílias.
O economista e professor de Mercado Financeiro da Universidade de Brasília César Bergo, ouvido pela Agência Brasil assim que a medida foi sancionada, afirma que existem riscos que a contratação de empréstimos consignados podem apresentar para os brasileiros de baixa renda.
O economista destaca que esse público precisa ficar atento ao assédio das instituições financeiras para que não possa cair em golpes. Para isso não acontecer, o especialista destaca que os beneficiários precisam ter noções sobre educação financeira, para que possam agir de maneira racional na hora de contrair essa dívida.
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