Desinformação: saiba como funciona a indústria de FAKE NEWS no Brasil

Estudo do Net Lab da UFRJ mostra como funciona a indústria de FAKE NEWS no país; Eleições 2022 tem sido marcada pela disseminação de desinformação

Jean Albuquerque   Publicado em 27/10/2022, às 17h18

Canva - Industria de Fake News

As eleições de 2018 foram marcadas pela disseminação de desinformação. Em 2022, não tem sido diferente. Apoiadores têm usado essa tática para conseguir mais votos para os seus candidatos. 

Com o avanço da corrida eleitoral em uma disputa altamente polarizada, grupos políticos apostam na disseminação de FAKE NEWS para garantir a vitória. 

Afinal, você sabe reconhecer uma informação falta? O estudo realizado pelo Net Lab da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) revela como funciona a indústria da desinformação no país. Além de mostrar como essa estrutura permanente de produção de conteúdos é bem anterior ao período eleitoral. 

A coordenadora do estudo, Marie Santini, destaca que "o que a gente está vendo em 2022 é bem diferente do que a gente viu em 2018, em termos de complexidade e de estratégia. É lógico que a desinformação sempre foi comum em qualquer eleição, mas com as plataformas, com as redes sociais, isso tem outra escala".

De acordo com o levantamento, as fakes são testadas em grupos fechados e de nicho, antes de serem disseminadas para um número maior de pessoas. Com isso, essa repetição tem força para furar as bolhas e atingir outras pessoas. 

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Como funciona a indústria de Fake News?

De acordo com o estudo, antes de tudo, esses grupos produzem uma narrativa. Os primeiros conteúdos são divulgados em sites com credibilidade duvidosa, conhecidos como "junk news", além de canais na plataforma YouTube contendo poucos seguidores. 

Logo após, o próximo passo é distribuir esses conteúdos em bolhas e segmentos por meio de grupos do Facebook e assuntos criados para um público segmentado. O levantamento explica que uma informação falsa pode ser enviada para um grupo de religiosos e outra para um grupo de mulheres. 

Outro ferramenta utilizada na sequência é a desinformação audiovisual, na qual a informação é transformada em uma peça audiovisual para ser reproduzida no Instagram, TikTok e canais médios e grandes do YouTube.

Por fim, a campanha "Firehose", que acontece depois que o conteúdo foi testado em vários contextos. Logo após essa fase, começa a grande distribuição em multiplataforma com grande volume de continuidade e reprodução. 

*Com informações do G1

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