A Caixa suspendeu o empréstimo do Auxílio Brasil na última sexta, 21 de outubro. Medida ocorre após o Ministério Público (MP) do Tribunal de Contas da União (TCU) entrar com ação contra o empréstimo, que teria caráter eleitoreiro
Mylena Lira Publicado em 23/10/2022, às 11h48
Após 10 dias de operação do novo crédito, a Caixa Econômica Federal suspendeu a concessão do empréstimo do Auxílio Brasil na sexta-feira, 21 de outubro. Segundo a instituição, a medida foi tomada para "manutenção tecnológica".
Porém, a suspensão ocorre após o Ministério Público (MP) do Tribunal de Contas da União (TCU) entrar com ação contra a liberação desse empréstimo consignado porque teria sido disponibilizado apenas com o objetivo de melhorar a imagem de Bolsonaro para ele conseguir mais votos no segundo turno.
“Tudo indica tratar-se de medida destinada a atender prioritariamente interesses político-eleitorais, que relegam o interesse público a segundo plano, com vistas à obtenção de benefícios pessoais em detrimento da população", afirma o MP ao contestar o empréstimo ao TCU e pedir a suspensão.
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Com apenas 3 dias de operação do novo empréstimo, a Caixa liberou quase R$ 2 bilhões para mais de 700 mil pessoas, com valores médios de R$ 2,6 mil. Esse tipo de crédito pode ser obtido a juros mais baixos, de até 3,5% ao mês, sem comprometimento do salário, pois o banco desconta direto da parcela do benefício social.
Segundo a Caixa, o consignado do Auxílio Brasil voltará a ser concedido a partir de segunda-feira (24). "A Dataprev e a Caixa realizarão manutenção programada em seus ambientes tecnológicos. Com isso, a operação do Consignado Auxílio ficará indisponível em todos os canais até 7h da próxima segunda-feira", informou o banco em comunicado.
A Caixa libera o valor em até 48 horas. O pedido pode ser feito por meio do aplicativo Caixa Tem, sem sair de casa, e em mais de 26 mil pontos de atendimento presencial da Caixa, como agências, correspondentes bancários e lotéricas. O empréstimo pode ser dividido em 24 meses, com prestação mínima de R$ 15 e os bancos não podem cobrar nenhuma taxa, seja administrativa ou de abertura de crédito.
Até o momento, 12 insttuições financeiras já foram cadastradas e estão aptas a oferecem o empréstimo, mas só a Caixa começou a liberar efetivamente a grana aos interessados. Veja quais são as demais bancos credenciados pelo Ministério da Cidadania:
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De acordo com as regras aprovadas, o percentual máximo que poderá ser comprometido com as parcelas do empréstimo é de 40% do Auxílio Brasil. Apesar da parcela atual ser de R$ 600,00, quantia que será repassada de forma emergencial até dezembro, o valor extra de R$ 200,00 não será levado em conta.
Sendo assim, os 40% serão calculados em cima da parcela original. Portanto, quem ganha o valor mínimo de R$ 400,00 poderá assumir parcelas mensais de até R$ 160,00. Logo, restariam só R$ 240,00 do benefício para o trabalhador sacar após o banco descontar. Por isso ele é um empréstimo consignado, pois o pagamento das parcelas é feito de forma automática com o desconto no auxílio, antes dele cair na conta do cidadão.
Porém, é preciso tomar cuidado para não se endividar. Isso porque, caso o Auxílio Brasil seja cortado, seja porque a família passou a ter renda maior e não se enquadra mais nas regras ou por conta da não atualização dos dados no prazo adequado, o trabalhador continuará responsável pela pagamento do empréstimo adquirido.
Vale ressaltar que só o responsável familiar que recebe o auxílio há pelo menos 90 dias e que não tenha deixado de comparecer a qualquer convocação de recadastramento do Ministério da Cidadania pode ter acesso à linha de crédito.
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