Estagnação da cobertura vacinal contra Covid-19 no Brasil preocupa Fiocruz

A cobertura vacinal está abaixo do esperado. Fiocruz alerta que o surgimento de variantes da Covid-19 pode escapar da imunidade produzida pelas vacinas

Pedro Miranda* | redacao@jcconcursos.com.br   Publicado em 19/05/2022, às 18h57

Divulgação

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) emitiu um alerta nesta quinta-feira (19) na nova edição do Boletim do Observatório Covid-19. De acordo com o instituto, além da desaceleração da curva de cobertura da terceira dose, a estagnação da cobertura vacinal contra a doença entre os adultos é preocupante.

Segundo a Fiocruz, a cobertura de um esquema vacinal completo no território nacional é de 80% na população acima de 25 anos. No entanto, a terceira dose no grupo mais jovem ainda estava abaixo do nível médio considerado satisfatório.

A análise aponta cobertura vacinal de 63,9% na faixa etária de 55 a 59 anos, 57,9% na de 50 a 54 anos, 52,8% de 45 a 49 anos. O percentual diminui gradualmente a partir de 40 a 44 anos, que é de 49,8%. Confira abaixo:

Idade Cobertura Vacinal
55 a 59 63,9%
50 a 54 57,9%
45 a 49 52,8%
40 a 44 49,8%
35 a 39 44, 7%
30 a 34 40,3%
25 a 29 35,5%
20 a 24 30,4%
18 a 19 25,2%    

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Cobertura vacinal da quarta dose entre idosos também é baixa 

Entre os dias 24 de abril e 14 de maio, o boletim informa que em relação à quarta dose da vacina, 17,7% da faixa etária acima de 80 anos, da faixa de 75 a 79 anos é de 12,4%, da faixa de 70 a 74 anos é 12%, de 65 a 69 anos foram 6,4% e para 60-64 anos ficou em 3,4%.

Em relação à terceira dose, na faixa etária acima de 65 anos, a cobertura vacinal foi superior a 80%. Entre as crianças de 5 a 11 anos, 60% receberam a primeira dose da vacina e 32% estavam com esquema vacinal completo.

Os pesquisadores da Fiocruz explicam que a situação atual continua preocupante. Os idosos têm taxas de hospitalização consistentemente mais altas do que os adultos. “Além disso, o surgimento de novas variantes, que podem escapar da imunidade produzida pelas vacinas existentes, constitui uma preocupação permanente".

O boletim alerta ainda que a falta de incentivo ao uso de máscaras como medida de proteção coletiva e a apresentação facultativa dos passaportes de vacinação tornaram ainda mais importante a discussão sobre as vacinas.

Estagiário sob supervisão do jornalista Jean Albuquerque

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