Em discurso na sede temporário do governo de transição, Lula destacou que os gastos sociais são a prioridade da sua gestão
Victor Meira Publicado em 10/11/2022, às 21h09
Na manhã desta quinta-feira (10), o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), fez um breve discurso no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, após se reunir com os seus aliados. O petista chegou a questionar a necessidade de uma política fiscal e sugeriu que os gastos sociais ficassem fora do teto de forma permanente.
Lula reforçou em mais de uma oportunidade que a prioridade do seu governo será a questão social e não o teto de gastos.
“Por que as pessoas são levadas a sofrerem por conta de garantir a tal da estabilidade fiscal nesse país? Por que que toda hora as pessoas falam que é preciso cortar gastos? É preciso fazer superávits? É preciso fazer tetos de gasto? Por que as mesmas pessoas que discutem com seriedade o teto de gasto não discutem a questão social do país?”, questionou Lula.
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O discurso de Lula repercutiu no mercado financeiro. O índice Ibovespa caiu 3,35% e o dólar valorizou 4,09% em comparação com o real, sendo a maior alta do ano.
Na saída do CCBB, sede da equipe de transição do futuro governo, Lula foi perguntado pelos jornalistas sobre a reação do mercado em relação a sua fala. Ele respondeu afirmando que o mercado está mais “sensível” do que nunca.
“Eu nunca vi um mercado tão sensível quanto o nosso. É engraçado que esse mercado não ficou nervoso com quatro anos de [Jair] Bolsonaro”, afirmou.
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Para manter o pagamento de R$ 600 do Auxílio Brasil e o adicional de R$ 150 para cada criança de seis anos, o futuro governo Lula precisa do apoio atual da Câmara dos Deputados. Se depender da vontade dos deputados, a PEC da Transição (Proposta de Emenda à Constituição) deve ser aprovada com facilidade, segundo a Agência Câmara de Notícias.
A PEC da Transição deve liberar recursos adicionais e fora do teto de gastos para o pagamento dos benefícios sociais e do aumento real do salário mínimo.
O líder da Oposição, deputado Wolney Queiroz (PDT-PE), afirmou que há chances de a proposta ser aprovada na Câmara. De acordo com ele, tanto os parlamentares da legislatura atual quanto os da próxima demonstram um clima favorável para aprovar o texto. “É isso que queremos. Um clima distensionado”, afirmou.
*com informações da Agência Câmara de Notícias
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