MST (Movimento Sem Terra) volta ao cenário dos debates. Entenda a organização

Nas configurações finais do debate transmitido pela Band ontem (16), Jair Bolsonaro (PL) mencionou o MST durante a sua fala; conheça o movimento

Jean Albuquerque   Publicado em 17/10/2022, às 17h14

Clarice Lissovsky (MST)

No segundo turno da disputa presidencial, e o início dos debates, como aconteceu ontem (16), com o debate transmitido pela TV Bandeirantes, entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), alguns temas voltam à tona, como é o caso do Movimento Sem Terra (MST)

Durante as considerações finais de Bolsonaro, ele mencionou o MST, veja:   “Queremos um país sem drogas. Somos cristãos, em 90%. Respeitamos a vida desde a sua concepção. Não ao aborto. Sim à propriedade privada. Não ao MST invadindo terras, mas respeito ao homem do campo. Pelo direito à legítima defesa. Este é o país que nós queremos, e não o país da corrupção, da roubalheira e do desrespeito para com as religiões”, acrescentou.  

Já Lula finalizou a sua participação falando sobre religião, defesa da democracia e mencionou os 33 milhões que estão passando fome. “Quem aprovou a Lei de Liberdade Religiosa foi este que vos fala. Quem defende democracia e liberdade sou eu, muito mais que ele, que é um pequeno ditadorzinho, que quer ocupar a Suprema Corte. Eu, não. Quero governar este País democraticamente, como já governei duas vezes, dando prioridade aos problemas do povo brasileiro, a cuidar do povo, porque tem 33 milhões de pessoas passando fome”, rebateu. 

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Entenda o MST 

Com atuação em todo o país, sendo criada há 38 anos, o Movimento Sem Terra (MST) ocupa e luta pelo direito à terra aos trabalhadores que nela trabalham e produzem. O portal da organização destaca que "muitas vezes o Movimento é mostrado para a sociedade como um grupo de 'invasores' ou mesmo 'terroristas', quando a verdade é que o MST atua na linha de frente da produção de alimentos saudáveis para a população a partir da perspectiva da agricultura familiar e agroecologia", defende o movimento. 

O MST ainda alerta para a necessidade de entender a diferença entre ocupação e invasão, afirmando que é necessário, sobretudo, entender o conceito de uso social da terra. "Uma área que não vêm sendo utilizada para a finalidade para qual foi criada, como uma fazenda que encerrou suas atividades de plantio, ou que possui irregularidades em relação ao trabalho, descumpre essa função da propriedade, tornando-se um local ocioso", exemplifica. 

Ao todo, cerca de 450 mil famílias conquistaram o direito à terra adquirido por meio da organização e luta do movimento. Os assentamentos estão em propriedades que foram desapropriadas, que tem por característica oferecer pouca estrutura, como saneamento, energia elétrica e etc. É neste sentido que essas famílias lutam para conquistar os direitos básicos.

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