Dados evidenciam um impacto significativo no orçamento das famílias brasileiras. Brasil não experimentou um período deflacionário nos últimos 10 anos
Pedro Miranda Publicado em 24/01/2024, às 21h16
Um levantamento realizado pela LCA Consultores apontou uma preocupante redução no poder de compra do brasileiro ao longo da última década. Entre os anos de 2013 e 2023, a fatia necessária do rendimento médio habitual destinada à compra de uma cesta básica aumentou de 21% para 26,1%. Esse dado evidencia um impacto significativo no orçamento das famílias brasileiras, refletindo as mudanças no cenário econômico do país.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que representa a inflação oficial do país, apresentou um aumento expressivo de quase 88% nesse mesmo período de 10 anos. No entanto, a pesquisa destaca que a cesta básica, por refletir de maneira mais precisa as necessidades essenciais da população, mais que dobrou, passando de aproximadamente R$ 330 para R$ 770.
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Os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam um rendimento médio mensal do brasileiro de R$ 3.034 em novembro. Em termos reais, ajustados pela inflação, isso representa um aumento de 4,3% em comparação com o mesmo trimestre de 2013, quando o valor equivalente seria de R$ 2.909.
Para ilustrar as mudanças no poder de compra, o g1 elaborou um exemplo usando um carrinho de mercado contendo 13 produtos básicos, inicialmente adquiríveis por R$ 100 em 2013. No entanto, após as correções até o ano passado, constatou-se que esses mesmos R$ 100 não são mais suficientes para comprar metade desses produtos.
Em 2013, o montante permitia a compra de carne, leite, feijão, arroz e outros nove itens, com um troco de R$ 27,82. Já em 2023, apenas 1kg de carne, pão e café puderam ser adquiridos com a mesma quantia, evidenciando as dificuldades enfrentadas pelos consumidores na hora das compras básicas.
Apesar da análise, é importante ressaltar que o Brasil não experimentou um período deflacionário nos últimos 10 anos. Os preços dos itens compilados pelo IBGE aumentaram ano após ano, com pequenas quedas em alguns meses, sem impacto suficiente para gerar uma média anual negativa.
A crise de 2015 e a pandemia de Covid-19 em 2021 foram citadas como exemplos de momentos em que os preços subiram em torno de 10% ao ano.
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