Consumidores estão direcionando uma parcela maior de seus orçamentos para serviços. Valores continuam consideravelmente mais altos do que antes da pandemia
Pedro Miranda Publicado em 14/02/2024, às 09h13
Apesar de terem deixado de lado os menus caros do Dia dos Namorados nos Estados Unidos, celebrado em 14 de fevereiro, os americanos continuam enfrentando dificuldades para comer fora de casa, revelam dados do Índice de Preços ao Consumidor de janeiro, divulgados nesta terça-feira (13).
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O relatório aponta que enquanto os preços dos alimentos aumentaram 1,2% em comparação ao ano anterior, o custo das refeições em restaurantes registrou um expressivo crescimento de 5,1%.
Embora o ritmo de inflação nos produtos alimentícios e nos estabelecimentos gastronômicos tenha desacelerado significativamente desde o ano passado, os valores continuam consideravelmente mais altos do que antes da pandemia.
No mês de janeiro de 2023, por exemplo, sair para jantar fora era mais acessível, com os preços dos alimentos subindo apenas 8,2% em relação ao ano anterior. Entretanto, um ano depois, esse aumento atingiu 11,3%. Consumidores estão direcionando uma parcela maior de seus orçamentos para serviços em detrimento de bens materiais.
A demanda por serviços exerce uma pressão ascendente sobre os salários, contribuindo assim para a escalada dos preços.
"A pressão salarial é evidente", afirma Dana Peterson, economista-chefe do Conference Board. Ela observa que os maiores ganhos na folha de pagamento estão concentrados em setores como saúde, governo, lazer e hotelaria. "O setor de lazer e hospitalidade engloba os restaurantes, e por isso estamos testemunhando uma alta rotatividade, o que obriga essas empresas a aumentarem os salários para atrair e reter trabalhadores", explica Peterson.
Economistas do Goldman Sachs também comentam sobre a questão, destacando que muitos desses aumentos refletem o efeito defasado do forte crescimento salarial em 2023, e que o ritmo de crescimento dos salários está desacelerando.
De forma geral, os preços dos serviços - que incluem alimentação fora, transporte e entretenimento - aumentaram 0,7% em janeiro em relação ao mês anterior. Isso representa 148% do aumento mensal geral de 0,3% nos preços.
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