Formada em nutrição, Danielle Ferreira se encontrou quando começou a se dedicar aos concursos. Foi aprovada em vários, mas para isso teve que abdicar de parte do tempo, incluindo sair com amigos e famíilia
George Corrêa Publicado em 22/11/2013, às 16h29
No mundo dos concursos, não é raro encontrarmos pessoas que nasceram para atuar como servidores públicos, uma vez que as carreiras exigem muita dedicação e a realização pessoal e profissional após a aprovação é imensa. Uma destas pessoas se chama Danielle Ferreira e, por isso mesmo, é interessante contarmos um pouco da história desta técnica judiciária da área administrativa do Tribunal Regional da 1ª Região (TRT 1), no Rio de Janeiro. Ela tem 32 anos, é formada em nutrição e abraçou a carreira pública definitivamente.
Nascida na capital fluminense e vivendo atualmente na vizinha Niterói, ela ingressou na vida de concursanda em 2009, quando começou sua luta para assimilar as matérias de direito. “Já não trabalhava com nutrição e sim com eventos. Minha irmã mais velha e minha mãe, ambas concursadas, vinham falando sobre concursos comigo e comecei a amadurecer a ideia, mas não sabia ao certo para que área estudar”, lembra. Antes disso, o único concurso que prestou foi para a Petrobras, de nível médio, mas o empenho e o resultado foram pequenos.
Mesmo com a formação, Danielle nunca pensou em prestar para atuar como nutricionista. Quando realmente decidiu fazer concursos, pesquisou sobre as carreiras, as matérias que caíam nas provas, as remunerações e, no meio do caminho, percebeu que as matérias de direito sempre estavam presentes. “Fiquei pensando que seria muito difícil aprendê-las e ter que disputar com pessoas formadas na área. Então conversei com uma amiga, também formada em nutrição, que havia passado no TRT”, diz. Tirou todas as dúvidas com ela e, a partir daí, também se dedicou aos tribunais. “Fui devagar, primeiro com direito administrativo e constitucional. Adorei estas matérias e outras da área que também estudei. Não tive dificuldades”. Para tanto, a jovem começou a estudar pelo portal Questões de Concursos e, em casa, fazia outros testes. “Foi o termômetro para eu avaliar o meu aprendizado”, reforça.
No total, foram cerca de dez concursos prestados, a maior parte deles para tribunais. As exceções foram os da Defensoria do Rio de Janeiro e do Ministério Público Estadual, sendo que chegou a ser aprovada no primeiro, mas preferiu continuar estudando. “Vi claramente a minha evolução. A cada concurso prestado meu desempenho era melhor e, com isso, tinha mais gás para estudar”.
No início de 2012, Danielle prestou ainda os processos seletivos para o TRE de São Paulo e para o TRF2, realizados em dois finais de semana seguidos. “Muitos acharam ‘doideira’ fazer as duas provas, que seria difícil conciliar, mas já estava com bastante conhecimento. Fiz e passei nas duas e fiquei muito bem classificada”. Em 2013 foi nomeada nos tribunais.
É claro que para tudo isso ela precisou abrir um pouco mão do convívio social, mas contou com o apoio da família e do namorado, que também é concursado. “Nos víamos apenas nos finais de semana, sempre rapidinho, pois estudava nos sábados também”, lembra. Como fazia cursos e estudava em biblioteca, acabou fazendo um grupo de amizades com o mesmo objetivo, com pessoas que pensavam como ela e que tinham o mesmo tipo de conversa. “Todos faziam programas leves, não iam à praia, assim como eu... Hoje ainda andamos juntos. Muitos já passaram, mas damos força para quem ainda não conseguiu”.
Quando perguntada sobre o futuro, Danielle não se vê fora do Tribunal tão cedo. “Pretendo fazer carreira lá dentro e, para isso, estou investindo em cursos. Atualmente faço uma pós-graduação em processo civil, para ampliar meu conhecimento”.