Agente vistor/SP: reestruturação do cargo em discussão

Secretaria Municipal de Subprefeituras de São Paulo (SP) apresenta uma carência estimada em 700 servidores. Carreira admite nível superior em qualquer área e paga R$ 4.040 por mês

Fernando Cezar Alves   Publicado em 07/10/2014, às 17h20

A realização do primeiro concurso para o cargo de agente vistor da Secretaria Municipal de Subprefeituras de São Paulo dos últimos 12 anos – o último ocorreu em 2002 – ainda depende de alguns acertos entre o governo municipal e representantes da categoria. Acontece que em 19 de junho, o prefeito Fernando Haddad, divulgou a portaria 269, que constitui um grupo de trabalho, composto de servidores da prefeitura e representantes do sindicato da categoria, para discutir a reestruturação do cargo, para posterior realização do concurso. O prazo para o término dos estudos expirou no último dia 1 de outubro. Porém, alguns pontos acabaram não sendo fechados dentro do cronograma estabelecido.

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Por este motivo, segundo a presidente do Sindicato dos Agentes Vistores e Agentes de Apoio Fiscal do Município de São Paulo (Savim), Claret Fortunato, uma nova reunião entre a diretoria do sindicato e membros do governo foi marcada para a próxima terça-feira, dia 14.

Uma vez fechados todos os pontos pendentes para a reestruturação, será elaborado um projeto de lei a ser enviado pelo prefeito Fernando Haddad à Câmara Municipal de São Paulo. Após sua eventual aprovação, o prefeito deve autorizar a realização do concurso, em 2015.

Mudanças – Entre os pontos que ainda estão sendo acertados entre a categoria e a prefeitura, o principal  é a readequação de salários dos servidores. Atualmente, um agente vistor iniciante recebe R$ 4.040, considerando o salário de R$ 1.640 e  o prêmio de produtividade de R$ 2.400.

De acordo com a presidente do sindicato, a categoria tem pleiteado um aumento de 50,1% para a reestruturação, o que, segundo ela, corresponde à reposição de perdas salariais de acordo com a inflação. Porém, a prefeitura está oferecendo melhorias de apenas 15%, divididas em duas parcelas, nos anos de 2015 e 2016.

A categoria estuda uma contraproposta, que deve ser apresentada no dia 14. Caso exista um acordo, o grupo de estudos poderá encerrar os trabalhos e encaminhar aos resultados para o gabinete do prefeito, para que seja elaborado o projeto de lei.

Carência de pessoal – Segundo a presidente do sindicato, com a reestruturação, muitos servidores serão reenquadrados na carreira. “Desta forma, ficaremos praticamente sem agentes no nível inicial. Com a determinação é de que não podemos ficar com menos de 30% dos quadros preenchidos no nível inicial, a realização do concurso será obrigatória”, explica.

O quadro de agentes  vistores, segundo ela, é de 2.015 servidores, do quais aproximadamente 700 ficarão em aberto, para preenchimento pelo próximo concurso.

Para concorrer é necessário possuir curso de nível superior em qualquer área de formação.

A expectativa do sindicato é de que o projeto de lei possa ser elaborado até o final do ano, para que seja votado na câmara no início de 2015 e o concurso possa ocorrer até meados do próximo ano.       

O grupo de estudos que trata da reestruturação do cargo é formado por quatro representantes da Secretaria Municipal de Subprefeituras, quatro da Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, dois representantes da Secretaria de Governo e dez representantes do Savim.

Último concurso – No último  concurso, realizado em 2002, foram oferecidas 700 vagas e a organizadora foi a Fundação Carlos Chagas. A seleção contou com provas sobre língua portuguesa (30 questões), matemática (15), atualidades (15) e conhecimentos específicos (50).

Atribuições – De acordo com a lei 10.224, de 15 de dezembro de 1986, que cria a carreira, cabe ao servidor exercer atividades de fiscalização de normas e posturas públicas relacionadas a códigos de edificações, zoneamentos, abastecimentos e posturas. O trabalho consiste, ainda, em orientar, fiscalizar e prestar informações ao público, constatação de irregularidades em obras públicas e particulares e verificação de itens como limpeza pública e atuação em estabelecimentos comerciais, industriais e educacionais. 

Sobre Prefeitura

O Brasil conta, hoje, com 5.570 prefeituras espalhadas por municípios dos 26 Estados do país, além do Distrito Federal. Os municípios são uma circunscrição territorial dotada de personalidade jurídica e com certa autonomia administrativa, sendo as menores unidades autônomas da Federação. Uma prefeitura é a sede do poder executivo do município (semelhante à câmara municipal, em Portugal). Esta é comandada por um prefeito (nas cidades brasileiras e por um presidente de câmara nos municípios portugueses) e dividida em secretarias de governo, como educação, saúde ou meio ambiente. O termo prefeitura também pode designar o prédio onde está instalada a sede do governo municipal, também chamado de paço municipal onde geralmente se localiza o gabinete do prefeito. A instituição da prefeitura de seu encarregado maior, o "prefeito", é algo relativamente novo na história do Brasil. O poder hoje exercido pela prefeitura foi anteriormente exercido pela câmara municipal, pelo conselho de intendência e pela intendência municipal. As prefeituras são órgãos independentes, que não precisam de autorização por parte das administrações federal ou estaduais para realizarem seus concursos públicos, seja para preenchimento na própria sede ou em secretarias vinculadas à ela.