Se a medida for aprovada, o déficit de pessoal deverá ser agravado. Ministro Benjamin Zymler acredita que entre 80% e 90% dos servidores que utilizam o benefício solicitem a aposentadoria
Camila Diodato Publicado em 21/09/2015, às 14h45
Após o anúncio feito pelo Governo Federal no último dia 14 de setembro, no qual foram divulgadas nove medidas para gerar uma economia no Orçamento 2016, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Benjamin Zymler, criticou, durante sessão no Plenário realizada em 16 de setembro, o fim do abono permanência.
Este abono é um benefício, que corresponde a 11% do salário, concedido aos servidores que já estão em condições de se aposentar. O problema é que, segundoinformações do próprioMinistério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), no país há cerca de 101 mil profissionais que utilizam o benefício e a previsão é de mais 123 mil o solicitem nos próximos cinco anos.
De acordo com o ministro Zymler, a extinção do abono permanência fará com que entre 80% e 90% dos servidores requeiram a aposentadoria. Para ele, “em nome de uma economia de curtíssimo prazo, que é não pagar o abono permanência, eles [Governo] vão obviamente aumentar o déficit previdenciário e o efeito é reverso”.
A preocupação com o fim do benefício também chamou a atenção de diversos sindicatos, dentre eles o dos Trabalhadores em Saúde e Previdência no Estado de São Paulo (Sinsprev/SP). Dados da instituição apontam que, somente no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) 12.000 funcionários têm condições de pedir a aposentadoria. O sindicato teme que “até 2017 o INSS possa perder metade de sua força de trabalho”.
Veja mais: Concurso do INSS será publicado até dezembro
A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) publicou em seu site que, se somadas à suspensão dos concursos públicos e ao adiamento do reajuste salarial, “a medida pode gerar um colapso no atendimento já insuficiente que é destinado à população que depende dos serviços públicos e paga em dia seus impostos”.
O Governo Federal do Brasil é o Poder Executivo no âmbito da União. É sediado em Brasília e é o responsável pelos interesses da administração federal em todo território nacional. Tem como mandatário o presidente da República.