Pensamos em estabilidade financeira, aposentadoria tranquila, bons salários e conquista da vaga por nossos próprios méritos. Mas há um difícil trajeto a ser trilhado até tudo isso acontecer
Redação Publicado em 31/01/2012, às 09h57
Cláudia Jones
Quando falamos em concurso público nos vêm à mente só coisas boas. Pensamos em estabilidade financeira, aposentadoria tranquila, bons salários e conquista da vaga por nossos próprios méritos. Imaginamos que teremos uma velhice muito aprazível por conta do que colheremos ao longo da vida na carreira pública. Mas há um difícil trajeto a ser trilhado até tudo isso aí, que sonhamos tanto, acontecer.
Levamos horas, dias, meses, e até anos, nos preparando. É um investimento de tempo, dedicação, abnegação. Largamos a família meio de lado, nossos companheiros tendem a reclamar da nossa falta de tempo para dar a eles atenção, temos pouco tempo para o lazer – e nesse quesito nós mesmos nos cobramos muito. Tudo isso porque almejamos muito a tal vaga, o tal salário, a tal estabilidade, a tal aposentadoria.
Mas e se de cara a gente não consegue? Baita frustração! Sim, é natural que fiquemos decepcionados e isso sempre nos fragiliza. É um momento de pararmos para fazer um balanço de nossas atitudes e de como desenvolvemos nossos estudos até então, onde falhamos e se realmente falhamos.
É que muitas vezes conviver com o “fracasso” (palavrinha difícil de engolir, não é mesmo?) não é para qualquer um. É inerente do ser humano focar em algo e não admitir uma resposta que não o leve ao acerto, à “vitória”.
Quero dizer que “vencer” ou “fracassar” fazem parte do mesmo contexto, mesmo que não estejamos preparados para a segunda opção. Talvez, no fundo, ninguém esteja mesmo.
Muitas vezes a vitória demora, e isso não quer dizer que sejamos ou estejamos no fracasso. Imagine que antes de você começar a se preparar outras pessoas já faziam isso, já estavam há muito mais tempo debruçadas sobre livros e apostilas enquanto, talvez, você estivesse na praia com os amigos. É natural que na disputa ela conquiste a vaga que você jurava que era sua.
Acredito que essa história da “hora chegar” é realmente verdadeira. Chega mesmo! Só que pra isso precisamos de uma dose de paciência que nem sempre é o nosso forte, de uma capacidade de perseverança que ao primeiro sinal de “fracasso” nos desestabiliza a tal ponto que, muitas vezes, desistimos sem pestanejar.
Abandonar tudo, sim, é sinônimo de fracassar. Já que comprou a briga, vá até o fim. Depois que os obstáculos forem superados, você verá que valeu a pena e que a sua “vitória” foi apenas (ufa!) uma questão de (muito ou um pouco mesmo de) tempo.
Bons estudos!
Cláudia Jones, especialista da Academia do Concurso