Não há dúvida de que a forma mais eficaz de alterar o ângulo da “curva de esquecimento” é recuperar e rever a informação, antes que ela seja completamente esquecida
Redação Publicado em 26/01/2012, às 09h27
Flávio Martins
Todos aqueles que se dedicam à análise das técnicas de estudo e memorização abordam, com frequência, a existência de uma “curva de esquecimento”. Esse é um tema há décadas estudado por inúmeros cientistas, como Ebbinghaus (no fim do século XIX), Baddeley (1990), Fleishman e Parker (1962), Bahricke Witttlinger (1975), entre outros. Segundo o entendimento já sedimentado, com o passar do tempo as memórias enfraquecem, desaparecendo gradativamente até serem eliminadas por completo. Outrossim, não há dúvida de que a forma mais eficaz de alterar o ângulo da “curva de esquecimento” é recuperar e rever a informação, antes que ela seja completamente esquecida.
Os concursos públicos exigem do candidato um conhecimento amplo de várias disciplinas. Por isso, de nada adianta ser conhecedor profundo de uma só matéria, mostrando fragilidade, astenia em outras disciplinas. Para que o candidato tenha um desempenho satisfatório na prova, é essencial que reveja, periodicamente, todo o conteúdo exigido pelo edital. Diante desse cenário, algumas medidas podem ser recomendadas.
Primeiramente, para se preparar adequadamente para um concurso, o candidato não deve estudar uma disciplina por vários dias, para só depois estudar uma nova matéria. O estudo de todas as disciplinas que fazem parte do edital deve ocorrer de modo alternado durante todos os dias. Imagine o candidato que estuda direito penal durante todo o mês, para depois estudar direito civil. Quando voltar a estudar direito penal, terá de revisar com maior profundidade vários temas, pois já terá se esquecido de parte do conteúdo. Senão bastasse, é possível até que a legislação tenha sido alterada nesse espaço de tempo.
Outra medida essencial é elaborar pequenos resumos do conteúdo estudado durante o dia. O candidato pode se utilizar de mapas mentais, ou simplesmente fazer um resumo esquemático dos principais temas estudados. É imperioso que, periodicamente (a cada mês, por exemplo), ele reveja essas anotações. Agindo assim, não será necessário reler todo o conteúdo antes estudado (livros, apostilas etc). Outrossim, agindo dessa maneira, o estudante estará recuperando a informação antes estudada, estabelecendo novos padrões em sua “curva de esquecimento”.
Por fim, é importante que, nas semanas que antecedem o concurso, o candidato possa fazer uma revisão geral, englobando um maior número de disciplinas, dando ênfase à legislação que será exigida na prova. Nesse momento, é importante ficar atento às mudanças ocorridas nas leis que podem ser cobradas no edital e às importantes decisões jurisprudenciais proferidas no ano que antecede o concurso. Assim, a poucos dias da avaliação, ele terá maiores chances de se lembrar do tema indagado. Bons estudos!
Flávio Martins é coordenador pedagógico dos cursos jurídicos do Complexo Educacional Damásio de Jesus.Twitter: @sigaoflavio.