Sandra Ceraldi CarrascoOs pronomes pessoais (eu, tu, ele, nós, vós, eles) representam as pessoas do discurso e são classificados em oblíquos átonos (o, a, os, as, lhe, lhes, me, nos, vos, se, te) e oblíquos tônicos (ele, ela, eles, elas, mim, nós, vós, si, ti). Os retos sempre praticarão a ação verbal. Ex.:
Eu chegarei tarde hoje. O pronome
eu pratica a ação verbal de chegar. Já os pronomes oblíquos não praticam ação verbal, pois possuem a função de completar a informação de verbos e nomes. Ex.: Você comprou um carro? Sim, eu o comprei. Veja que: Quem compra, compra alguma coisa, portanto o oblíquo “o” usado na frase tem a função de completar o verbo comprar.
Atenção às explicações a seguir:1) Meu professor o viu no evento. Nesse caso, usamos
o pronome oblíquo átono “o”, pois o verbo exige complemento
não regido por preposição. São erradas as construções com os pronomes tônicos: Eu vi
ele no teatro, substitua para: eu o vi no teatro. Você fez a prova. Sim eu fiz
ela ontem, substitua para: Sim, eu
a fiz ontem.
2) Não há discórdia entre mim e ti. Os
pronomes “mim” e “ti” são
tônicos, obrigatoriamente
regidos por preposição. São erradas as construções: Não há discórdia entre
eu e
tu, substitua para: não há discórdia entre
mim e
ti. Não há nada entre
eu e
você, substitua para: não há nada entre
mim e
você.
3)
Para eu/ para mim, quando usarmos? Os verbos no infinitivo exigem pronomes retos, então empregaremos “para eu”. No final de orações e entre pontuação usaremos pronomes oblíquos tônicos, no caso, ”para mim”. Veja alguns exemplos: O advogado trouxe alguns acórdãos judiciais para
eu ler. (quem lê sou
eu). O advogado emprestou um acórdão judicial para
mim. (no final de oração usamos para
mim). Para
mim, entender tais acórdãos judiciais é difícil. (diante de pontuação e nas inversões usamos para
mim).
4)
Com nós/ conosco e com vós/ convosco quando utilizarmos? No final de orações usamos a combinação conosco ou convosco. Caso haja palavra que desenvolva os pronomes “conosco e convosco”, a preposição e o pronome ficarão separados. Ex.: O chefe quer falar conosco. O chefe quer falar com nós dois. O chefe quer falar convosco. O chefe quer falar com vós próprios.
5) Não podemos esquecer que os pronomes oblíquos átonos
o, a, os, as, assumem as formas:
lo, la, los, las, diante de verbos terminados em (r, s, z) e no, na, nos, nas diante de verbos terminados em som nasal. Ex.: A mãe deseja visitar o filho, substituindo o filho pelo pronome “o” teremos: A mãe deseja visitá-
lo. A aluna quis a encomenda, substituindo a encomenda pelo pronome “a” teremos: A aluna qui-
la. Observe que é mais usual a frase: A aluna
a quis, também está correta. O rapaz fez o concurso. Substituindo o concurso pelo pronome “o” teremos: O rapaz fê-
lo, que também pode ser falado o rapaz
o fez. Ouçam a música (Ouçam-
na). Peguem o livro (Peguem-
no). Propõe + o recurso (Propõe-
no).Até a próxima aula!
Professora Sandra Ceraldi Carrasco, consultora e especialista em Língua Portuguesa, autora de livros e periódicos na área. Há mais de 20 anos ministra cursos e palestras, com índice recorde de aprovação. Seu mais recente trabalho aborda de forma prática o Acordo Ortográfico. Atualmente é coordenadora do curso preparatório IPA. Contato: professora.sandracarrasco@uol.com.br.