Vez ou outra um candidato se torna alvo de algum tipo de comentário desastroso em relação ao seu estilo de vida.
Redação Publicado em 01/09/2011, às 16h12
Luiza Ricotta
Vez ou outra um candidato se torna alvo de algum tipo de comentário desastroso em relação ao seu estilo de vida. Sabemos que aqueles que se propõem ao desafio da carreira pública, passam a adotar uma disciplina específica de quem visa atingir resultados, tais como o de formar seu patrimônio intelectual, estudar com afinco, distribuir bem seu tempo, lidar com a frequente ansiedade e desenvolver um equilíbrio emocional. O fato é que quem vive neste universo sabe como é a vida destes candidatos que buscam sua ascensão profissional através do próprio empenho. No entanto são importunados por uma espécie de crítica com relação ao seu modo de vida. Aqueles que lhe dizem “você só estuda?”, “você não trabalha ainda?”, “já passou?”, “faz tempo que você está tentando, não desistiu ainda?”
Tais comentários são críticas desastrosas, que ficariam melhor se não fossem expressas. São ataques da qual são vítimas, exatamente por fugirem à regra do comum, por terem um objetivo ambicioso, que denota uma capacidade específica - o talento, por assim dizer, de trilhar um caminho de desafios. E isso incomoda! Pessoas comuns costumam criticar aqueles que saem do esquema padrão, tentando fazer parecer que a sua conquista é algo inferior. Aqueles que desferem os golpes, o fazem exatamente para se sentirem melhor com relação ao projeto de suas vidas, que é bem menos ousado.
Os ataques verbais, assim como o de outros tipos, costumam ser sintomas de preconceito, intolerância, competitividade, agressividade e percepção distorcida da realidade. Certas pessoas costumam estabelecer seu valor pessoal através da comparação com alguém a quem podem transformar em perdedor. Posicionam-se como seres que precisam ter razão e que possuem uma auto imagem de serem “certos”, os que ditam e julgam o que é bom e o que não é, alheios a compreender que o contorno da vida das demais pessoas está voltado para o que elas valorizam e não que especificamente tenham que seguir uma cartilha expedida por estes críticos. Apreciam a condição de serem julgadores do caminho que as pessoas tomam em suas vidas, pois elas têm necessidade de estarem certas.
De uma forma negativa algumas pessoas se sentem à vontade em ser grosseiras e a dizerem o que pensam, como se estivesse implícito o parâmetro da perfeição definido por ela que faz a crítica. E como pessoas desagradáveis vão continuar existindo, principalmente aquelas que não pautam sua vida em competência e esforços em trilhar pelos próprios méritos a sua vitória, destilam a venenosa inveja, colocam uma pitada do “feio” que existe nela própria, no “bonito” que você é e faz.
Preste atenção, algumas pessoas deveriam vir com tarjas semelhantes aquelas do Ministério da Saúde adverte: “as palavras e conduta desta pessoa causam mal estar à sua saúde”. Portanto proteja-se! E perceba as variações:
• Ataques verbais
• Ataques pelo olhar
• Ataques pelo isolamento e exclusão
• Ataques pelo riso e cochicho
• Ataques pela discussão
• Ataques físicos
E neste último, em especial, “ataques físicos”, espera-se que não estejam sendo sofrendo deste tipo de violência.
Podemos dizer com certeza absoluta que este momento, é quase que uma estaca cravada no peito destes candidatos que desafiam limites da própria condição em prol do seu objetivo. Ficam humilhados quando se vêem às voltas com pessoas que duvidam de sua competência, falam com total desconhecimento da realidade da vida que possuem. Ou seja, são vítimas de um olhar externo que não corresponde à realidade, e sendo por parte de pessoas próximas ao seu convívio, daí o enorme desagrado.
Diante dos amigos e colegas, surgem comparações com os que estão traçando sua vida de um modo diferente do seu. Naturalmente se estes estão no universo da carreira privada, possuem um esquema de resultados imediatos, diferente daqueles envolvidos com uma sistemática de vida que inclui um cronograma de estudos, aulas e tempo dedicado à esta preparação, numa evolução a médio e longo prazo em razão da “alta performance” que o qualifica na categoria dos candidatos à carreira pública.
O estudo dedicado forma o arcabouço teórico necessário que, no entanto, precisa ser transformado em conhecimento, para que possa ser de fato útil e aplicado. Podemos compreender que a “fase preparatória” é por si só aquela que dá corpo e dimensão ao modo de pensar do candidato. Evolui quando aprende a encaminhar o seu pensamento de um modo eficaz, ou seja, fazendo as pontes e ligações necessárias do conhecimento.
Essa diferença de realidade promove uma expectativa diferente para quem vive no universo da carreira privada. O que quer que se espere de um profissional com relação ao seu desempenho, jamais pode ser comparado para realidades tão distintas, assim como pessoas não são comparáveis.
Muito do incomodo sofrido pelos candidatos está na falta de conhecimento por parte das pessoas que fazem tais comentários e que se tornam inoportunos por não revelar a veracidade do que vivem. Sendo contrários ao que mais deveriam receber: - respeito por parte de todos, em razão de escolherem uma forma de evolução pessoal e profissional pautado em seus méritos.
Como forma de lidar com as críticas, colocações maldosas que desencadeiam mal estar e desânimo, seguem alguns itens para que você se posicione e não abra mão de se sentir vitorioso e de quem desbrava um caminho solo, de muito enriquecimento como este da construção de seu patrimônio intelectual.
• Identifique os comentários que lhe causam mal estar. Verifique se estes tem ressonância com o que você pensa acerca de si mesmo. Pior que a crítica vindo de outra pessoa, é aquela vinda de você mesmo.
• De quem geralmente parte? Pessoas próximas ou distantes. Isso faz muita diferença. Costuma-se ficar mais desestimulados quando estão na sua rede de relações mais próxima, trazendo mais sofrimento.
E a clássica questão: como se livrar?
A enorme tentação em devolver a crítica é frequente causando muitas vezes um ciclo vicioso de ataques e contra críticas: ou seja, não resolve e tende a manter o mal estar através do registro negativo de estar sendo alvo. O ponto em questão é que depende de como você irá encaminhar a questão; ou seja depende da visão que você possui da sua condição atual de vida.
Ficar sem ter o que dizer e humilhado por não fazer parte do mundo produtivo, como alguém desempregado que não consegue colocação e pesa no orçamento da família, não traduz a verdade da sua condição. Acabam se sentindo estacionados numa condição que não mais gostariam de estar, e fabricam a idéia de que já deveriam estar na aprovação e ingressando na carreira, desconsiderando o que precisam vivenciar.
Pertinente que os candidatos pensem no seu ingresso, porém considerar que este resultado parte de toda uma trajetória, é a consideração a ser feita. A condição tão almejada necessita da sua evolução pessoal e da formação de seu patrimônio intelectual.
Alguns ambientes causam mais estresse, a casa de algum parente, as festas familiares onde vão encontrar pessoas que irão lhe perguntar: - O que você está fazendo? Já Passou? Ainda não? Bastam estes questionamentos para o mal estar se instalar. Pois trazem uma lembrança que muitos querem esquecer, a não aceitação da sua condição de preparação, estudo, disciplina, organização, enfim, excelência e qualidade profissional.
Então questione-se internamente, tenha essa conversa com você mesmo e verifique o quanto de você mesmo está comprometido na promoção deste mal estar. Se o fato de se sentir para baixo algumas vezes estaria associado até mesmo ao modo como foi formado junto aos membros da sua família, costumavam apoia-lo ou critica-lo. Aquela irmã ou aquele seu irmão que sabia onde é o seu calcanhar de Aquiles, ao lhe fazer críticas. Perceba o quanto essas colocações hoje ganham uma proporção maior pois funcionam como uma confirmação das críticas passadas. Saiba diferenciar os contextos para que estes incômodos não ganhem maior expressão do que verdadeiramente possuem.
Costumo dizer aos candidatos, que é preciso mostrar para todos a sua “cultura” de vida, para que a ignorância acabe e para que mostrem quem são, que compartilhem os seus esforços, atitude digna de serem copiados pelos demais.
*Luiza Ricotta é psicóloga. Trabalha com o desenvolvimento pessoal e profissional de candidatos. Formação em Coach - Instituto Holos BR. Mestre - Mackenzie,SP. Pós graduada em Terapia Familiar PUC SP. Profª universitária e autora de livros entre eles “Preparação Emocional em Concursos: equilíbrio e excelência”. SP: Rideel Ed., 2011 entre outros. Psicóloga e Profª do curso preparatório FMB, da área vip do JC.
Email: luizaricotta@hotmail.com Twitter.: @luizaricotta