Cabral quer estabelecer cotas para negros em concursos

O governador defendeu seu projeto afirmando que essa prática foi utilizada por muitos anos em empresas americanas

Redação   Publicado em 13/05/2011, às 11h10

Em reunião com a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Barros, realizada esta semana, no Palácio das Laranjeiras, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, discutiu a possibilidade da criação de um decreto que estabeleça cotas para afrodescendentes nos próximos concursos públicos do Estado.

Cabral defendeu seu projeto afirmando que essa prática foi utilizada por muitos anos em empresas americanas e ressaltando que o Rio de Janeiro foi pioneiro na política de cotas nas universidades estaduais.

O governador pediu aos secretários da Casa Civil, Regis Fichtner, do Planejamento, Sérgio Ruy Barbosa, e à procuradora-geral do Estado, Lucia Léa Guimarães, que apresentem um estudo de viabilidade para o projeto. Detalhes como o percentual que será reservado aos afrodescendentes, caso a ideia se concretize, ainda serão estudados.

De acordo com dados do Censo de 2010, realizado pelo IBGE, 51,7% dos fluminenses são negros.

Paulo Estrella, diretor da Academia de Concursos, afirma que o decreto estudado por Cabral é preconceituoso. “Quem disse que os negros, afrodescendentes, ou como queiram chamar essa grande parcela de nossa população, são menos capazes de passar em um concurso público que a outra? O que o Estado vem fazendo, de forma efetiva, para qualificar essa população?”, indagou Estrella, concluindo, em seguida: “o sistema de cotas é uma medida paliativa para corrigir momentaneamente uma distorção da sociedade”.

Para Estrella, criar cotas é “desequilibrar um processo altamente democrático, que impactará inclusive na qualidade dos serviços prestados à população”.

Leandro Cesaroni


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