Candidatos reclamam de dificuldade da prova no MP

Grau de dificuldade da prova foi considerado abusivo por parte dos candidatos que realizaram denúncia no Ministério Público do Rio de Janeiro.

Redação   Publicado em 19/10/2010, às 15h51

Prova de alto nível ou abuso? É isso o que questionam concurseiros fluminenses que realizaram a prova da Defensoria Pública do Estado nos últimos dias 10 e 12 de outubro. Ao todo, mais de 63 mil pessoas compareceram em seus locais de prova no feriado prolongado, gerando uma disputa de 147,48 candidatos por vaga disputada (são 750 postos).

Por meio de uma denúncia protocolada na Ouvidoria Geral do Ministério Público do Rio, um grupo que representa mais de 300 candidatos alega um abuso no grau de dificuldade da prova, elaborada pelo Centro de Produção da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Cepuerj).

Em nota oficial publicada em seu site, o ouvidor-geral do MP, Gianfilippo Pianezzola, comenta o recebimento das denúncias. “Os fatos estão sendo encaminhados à Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Cidadania, que vem atuando em várias investigações similares envolvendo concursos públicos”.

Uma análise dos acontecimentos envolvendo o exame também é realizada no artigo Por um concurso mais digno, assinado pelo professor da UERJ, Carlos Eduardo Guerra, que comenta o erro na elaboração da prova. “As questões da prova de técnico médio, principalmente nas disciplinas jurídicas, caracterizaram por uma exigência desproporcional, além de apresentarem erros graves e falta de ineditismo”.

Guerra discorre ainda sobre outra grave falha no certame: “agora, prezado leitor, temos o pior cenário. Questões copiadas de outras bancas. É isto mesmo: violação de direito autoral.”, diz, referindo-se a questões que teriam sido copiadas de provas como a do Tribunal Regional do Trabalho (TRT/RJ), elaborada pelo Cespe/UnB.

Além da denúncia que se refere ao erro no nível das questões da avaliação, há também reclamações por parte dos candidatos em relação à erros na elaboração de itens, sobre o que Guerra comenta: “questões que divergem da bibliografia ou que se encontram fora do conteúdo programático [...] foram de 11 a 45, ou seja, 24,44% da prova. Um número absurdo”, diz.

Procurada pela reportagem do JC&E, a assessoria de comunicação da Cepuerj informou que deve emitir uma nota oficial à imprensa comentando as acusações até o final desta tarde.

Em tempo: o artigo completo do professor Carlos Eduardo Guerra pode ser conferido clicando aqui.

Da redação/SP

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