Carreira atrai pelos salários e valorização

Expectativa do Sinal é de que sejam preenchidas mais vagas além das 500 programadas no edital.

Redação   Publicado em 26/11/2009, às 15h32

Depois de quatro anos de espera, os candidatos que há tempos se preparam para o novo concurso do Banco Central finalmente tiveram acesso aos editais de abertura, divulgados no dia 19 de novembro, para o desespero de muitos concurseiros que aguardavam ansiosos pelo conteúdo programático oficial para direcionar melhor seus estudos.

Foram abertas ao todo 500 vagas, sendo 350 para analistas de nível superior e outras 150 para técnicos de nível médio, em diversas áreas de atuação, distribuídas por todas as praças onde o Banco possui representação.

A boa notícia, segundo informações do Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central), é que podem ser convocados mais que 500 aprovados, tendo em vista o potencial número de aposentadorias nos próximos anos.

O concurso foi autorizado em julho deste ano e, desde então, o burburinho em torno da seleção só aumentou, já que esse é um dos principais concursos aguardados para 2009.

Para a surpresa de alguns, que esperavam a escolha do Cespe/UnB ou da Fundação Carlos Chagas, no início de outubro saiu a contratação da Fundação Cesgranrio para a organização dos exames. Mas isso não deve alterar muito o perfil das provas. Pelo menos é o que acredita Daro Marcos Pifer, analista do Bacen e diretor de Comunicações do Sinal: “Foram cinco concursos nos últimos 12 anos, com quatro organizadoras diferentes. Não muda nada de específico, apenas a forma de organização das provas”.

No entanto, para professores acostumados com a preparação dos candidatos, conhecer o estilo da banca examinadora pode ajudar: “Algumas são mais específicas, pedem mais análise, com textos de argumentações; outras exigem mais interpretação”, ressalta o professor Firmino Manoel de Matos, que prepara turmas para o Bacen na Central de Concursos, em São Paulo.

Detalhes à parte, os interessados em uma vaga têm motivos de sobra para se dedicar ao máximo. O órgão é um dos mais visados da carreira pública, não só pelos salários atrativos mas também pela valorização dada aos profissionais. “O funcionário tem um status diferenciado. Os diversos benefícios, somados à remuneração, significam qualidade de vida ao servidor”, avalia o professor Fabio Talhari, também da Central.

Com a propriedade de quem já desfruta desses benefícios como servidor do Bacen, Daro enumera as oportunidades: “Além daqueles previstos em lei, o que difere são as chances de aprimoramento profissional e cultural, tais como programas de capacitação; cursos de pós-graduação, mestrado ou doutorado; cursos de aprimoramento de curta duração, tanto no país como no exterior; participação em fóruns qualificados; cursos de línguas; entre outros”.

Carreira – O salário inicial de técnico é de até R$ 4.917,28 e o de analista de até R$ 12.960,77.

Os planos de carreira de analistas e técnicos têm uma estrutura similar, composta por 13 níveis, com uma duração de um ano e meio cada. “Dessa forma, em menos de 20 anos é possível chegar ao final de carreira”, aponta Daro.

Cumpridos os prazos de carência, é possível, mediante algumas condições, mudar de área de atuação, de forma que o servidor não é obrigado a trabalhar para sempre na área em que ingressou. Ou seja, existe a possibilidade de se desenvolver e conhecer outros setores dentro do órgão.

Além do Plano de Cargos e Salários, existe ainda um programa de qualidade de vida no trabalho, que já conta, em algumas regionais, com um espaço próprio para atividades culturais, desportivas e de lazer.

Vale lembrar que em 2010 a convocação deverá sair rapidamente, por se tratar de um ano eleitoral, em que todos devem tomar posse até seis meses antes do 1º turno das eleições.

Em dia com os estudos – A primeira etapa de provas está marcada previamente para o dia 31 de janeiro, em diversas capitais e no Distrito Federal. Língua portuguesa, direito e raciocínio lógico-quantitativo são as matérias em comum cobradas em ambos os cargos. Sistema financeiro nacional, economia e língua inglesa serão exigidas apenas para analistas, e atualidades apenas para os técnicos. Isso sem contar os conhecimentos específicos de cada área, que têm maior peso na contagem geral de pontos.

O conteúdo é extenso e requer, além de tudo, que o candidato esteja atento aos assuntos da atualidade. Isso será importante, por exemplo, nas questões de sistema financeiro, como aponta o professor Fabio: “É preciso estabelecer a ponte entre o que está acontecendo no mercado e o papel que o Bacen desempenha nesse cenário. Como houve o estopim da crise mundial em setembro do ano passado, poderá haver questões focadas nesse assunto. Outros temas importantes são as bolsas de valores do mundo, regras e legislação dos mercados”. Já na prova de técnico, o domínio desses assuntos, embora mais abrangente, será cobrado na matéria de atualidades.

A prova de raciocínio lógico costuma preocupar muitos candidatos. Isso porque, segundo o professor Firmino Manoel de Matos, também da Central, são temas muito específicos, que não encontramos no dia a dia. Para um bom aproveitamento, ele aconselha dominar os conteúdos de tabelas-verdade, trigonometria, cálculo de matrizes e matemática básica. “É uma matéria muito interessante, não é preciso ser engenheiro para resolver os exercícios. É preciso em primeiro lugar se familiarizar com os conceitos, pois exige capacidade de enxergar a lógica”, avalia.

Ambos os professores concordam que na hora da prova o candidato deve segurar a ansiedade e começar pelas matérias que tem mais facilidade, ponderando o peso de cada uma delas, para garantir os pontos e preparar a mente para as demais.

Portanto, nesta reta final de estudos, é preciso se organizar para dar conta de todo o conteúdo e também seguir as dicas dos professores para, enfim, ver seu nome na lista de aprovados.

Maysa Correa/SP

Veja também:

Banco Central: inscrições abertas para 500 vagas até R$ 12,4 mil