Autonomia, também defendida pelo ministro da economia, Paulo Guedes, pode agilizar novo concurso Bacen (Banco Central) para até 260 vagas
Fernando Cezar Alves | fernando@jcconcursos.com.br Publicado em 10/02/2021, às 10h04 - Atualizado às 14h22
A realização de um novo concurso Bacen (Banco Central do Brasil, também conhecido BC ou BCB) parece cada vez mais próxima de ocorrer. Acontece que está marcada para esta quarta-feira, 10 de fevereiro, a votação, na Câmara dos Deputados, do projeto de lei complementar 19/2019, que dá maior autonomia à instituição. A aprovação da proposta é considerada essencial para a realização de novos certames.
A proposta foi discutida na última terça-feira, dia 9. Por um acordo entre a base do governo e a oposição, com exceção do PSOL, a votação foi adiada para esta quarta, a partir das 13h55.
O projeto define mandatos do presidente e de diretores da instituição, com vigência não coincidente com o do presidente da república.
Além disso, além do controle da inflação, o Bacen passará a ter mais dois objetivos: suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e zelar pela solidez do sistema financeiro.
A proposta também fixa em quatro anos o mandato para os dirigentes da autarquia, com a possibilidade de uma recondução, e determina que o mandato do presidente do BC comece no primeiro dia útil do terceiro ano do mandato do presidente da República.
O projeto também tem por objetivo conferir autonomia formal para que a instituição possa exercer suas atividades sem interferência política.
Além desse, um outro projeto semelhante segue em trâmite na Câmara dos Deputados. Trata-se do projeto de lei complementar 112/2019, que está parado na Coordenação de Comissões Permanentes desde junho de 2019. A diferença é que a proposta na Câmara transfere competências sobre política monetária do Conselho Monetário Nacional para o Banco Central, ponto que não é tratado na proposta que será votada no Senado.
O novo concurso Bacen já conta com pedido de autorização enviado ao Ministério da Economia para o preenchimento de 260 vagas, distribuídas entre três carreiras, da seguinte maneira: 200 para analista, 30 para procurador e 30 para técnico, com opções de níveis médio e superior, com iniciais de até R$ 21.472,49.
No caso de técnico é necessário possuir apenas ensino médio, com remuneração inicial de R$ 7.741,31 por mês, já considerando o auxílio-alimentação de R$ 458.
Para analista e procurador é necessário possuir formação de nível superior em diversas áreas de atuação. Os vencimentos são de R$ 19.655,06 e a R$ 21.472,49, respectivamente, ambos já considerando o complemento de R$ 458.
Em 2013, o concurso Banco Central promoveu seleção com 500 vagas destinadas aos cargos de técnico e analista. Na ocasião, a banca organizadora foi o Cespe/UnB e a remuneração inicial oscilou entre R$ 5.158,23 e R$ 14.289,24.
A carreira de técnico apresentou 100 oportunidades e estava dividida entre as áreas de suporte técnico-administrativo e segurança institucional. A exigência era de ensino médio completo.
Destinado a profissionais de nível superior, o cargo de analista (400) estava distribuído em seis áreas de conhecimentos: análise e desenvolvimento de sistemas, suporte à infraestrutura de tecnologia da informação, política econômica e monetária, contabilidade e finanças, infraestrutura e logística, e gestão e análise processual.
O processo seletivo do concurso Bacen (Banco Central) constou de prova objetiva, teste discursivo e análise de títulos – este último apenas para analista. Depois, houve um programa de capacitação aos candidatos aprovados.
Todos os profissionais contratados pelo concurso foram lotados em Brasília (DF), Belém (PA), São Paulo (SP), Salvador (BA) e Porto Alegre (RS).
concursos concursos federais concursos 2024 provas anterioresCriado pela lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964, o Banco Central do Brasil (Bacen) é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da Fazenda, que tem por missão assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente. Entre as suas atividades principais destacam-se: a condução das políticas monetária, cambial, de crédito, e de relações financeiras com o exterior; a regulação e a supervisão do Sistema Financeiro Nacional (SFN); e a administração do sistema de pagamentos e do meio circulante. O Banco Central atua também como Secretaria-Executiva do Conselho Monetário Nacional (CMN) e torna públicas as resoluções do CMN. A sede do Bacen fica em Brasília e as unidades do banco estão localizadas nos municípios de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Belém (PA), Fortaleza (CE), Recife (PE) e Salvador (BA).