Confira dicas de especialistas, estudantes e de quem já ingressou na Polícia Federal.
Redação Publicado em 17/12/2010, às 15h18
Já foi solicitada ao Ministério do Planejamento a abertura de 1.352 vagas para esperado concurso da Polícia Federal, destas, 1.024 são para nível superior, distribuídas entre os cargos de papiloscopista (116), agente de polícia (396), delegado (150) e escrivão (362); para o nível médio são 328 oportunidades de agente administrativo.
Aguardado desde 2004, ano do último concurso da Polícia Federal na área administrativa, as chances para o ensino médio prometem ser concorridas. Para Diogo Toporowski, aluno da Academia dos Concursos que está se preparando desde 2006, o fato de não haver necessidade de um curso de formação para a função de agente administrativo, diferentemente de outras áreas, é um dos diferenciais que a torna atrativa, além da estabilidade e da remuneração.
Já somadas às gratificações, os salários de nível médio da Polícia Federal chegam a R$ 2.988,44, porém, Wesley D’Agostino, agente administrativo do Departamento da Polícia Federal alerta que “o agente administrativo será integrante do Plano Especial de Cargos do Departamento de Polícia Federal (PECPF), plano que não faz parte do quadro de servidores da PF. É justamente por isso que estamos buscando a reestruturação da carreira, quem entrar deverá assumir o compromisso de se juntar a essa luta e buscar valorização salarial”.
Conteúdo Programático – Para a prova são esperadas as matérias: português, informática, raciocínio lógico, atualidades, noções de administração e de direito.
O professor Carlos Alberto De Lucca, coordenador geral da Siga Concursos, aconselha os candidatos iniciarem os estudos por português, informática e raciocínio lógico, pois as demais são as que tendem sofrer mais alterações de um edital para o outro.
Já para Mônica Ferreira Nunes, coordenadora pedagógica da Central de Concursos, a disciplina com a qual o aluno tenha mais dificuldade deve ser a mais estudada, não deixando de lado as outras.
Ambos acreditam que o Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (CESPE) seja o escolhido para organizar a seleção. “Saber qual é a organizadora é fundamental para facilitar os estudos, cada uma tem um estilo de prova e uma forma específica de abordar conteúdos”, acrescenta Mônica.
João Lasmar, professor da Academia do Concurso, concorda “deve ser escolhido o CESPE, pois a Polícia Federal já tem um histórico com esta banca, ou seja, as questões tendem a ser mais voltadas ao entendimento e a multidisciplinaridade e não para a simples decoreba”.
Estudos - Diogo estuda 7h por dia, ouvindo as gravações durante o trajeto de ida e volta ao serviço, que dura 2h cada, e mais 3h no cursinho. Aos sábados a preparação é integral, das 8h às 19h30, com apenas 1h de almoço; já aos domingos ele arruma tempo para se exercitar um pouco e passar um tempo com a companheira Suellen e os filhos gêmeos de 8 anos, mas mesmo assim se dedica à matéria que estiver pendente.
Wesley, que passou no concurso faz mais de 5 anos, também se esforçou bastante para conseguir alcançar sua aprovação, “estudava todos os dias, abdiquei de diversão, gastos, passeios, baladas e tudo que pudesse atrapalhar e tirar minha concentração, me dediquei e foquei no objetivo”. Ele dá a sugestão para quem pretende chegar aonde ele chegou: “comprar um material de qualidade para os estudos, se desprender de tudo que possa atrapalhar e estar disposto a fazer um sacrifício por alguns meses garantirá seu emprego e uma condição de trabalho mais digna por toda a vida”.
Para Mônica o ideal é “fazer um plano de estudos, incluindo local onde vai estudar, horário, por quais matérias você vai começar, fixar uma meta e não desistir até alcançá-la, pois o mais importante é manter o foco e a disciplina no estudo”.
De Lucca dá dicas de métodos que são eficientes como “gravações de áudio, queconsiste em gravar o conteúdo a ser memorizado e ouví-lo repetidas vezes. Perguntas e respostas, a pessoa elabora perguntas diretas sobre o assunto, responde, e cada dia, todas as perguntas daquela disciplina deverão ser respondidas, desta forma toda a disciplina será memorizada. Há tabém as fichas de resumos, nas quais o candidato elabora fichas de cada assunto da discplina, resumindo em poucas palavras, figuras ou símbolos, e, ao ler estas palavras ou ver os desenhos e símbolos, o estudante lembrará de toda a teoria que estudou quando a elaborou”.
Já Lasmar acredita que “o método mais eficiente é aquele que o candidato utilizou durante a sua vida escolar, ou seja, cada um tem formas próprias de absorver conhecimento e de memorizar e não devemos acreditar que só vale a forma como os outros se preparam, devemos acima de tudo respeitar as nossas características próprias de aprendizado e intensificá-las nesse momento”.
Dicas - De Lucca dá dicas essenciais para obter um bom resultado na prova: “mantenha o foco, confie em você, imagine-se aprovado, não pense somente em concurso, organize seu tempo de estudos e descanso, não pense nos concorrentes, pense no concurso mais como uma prova, estude conforme o edital, prepare-se com antecedência, resolva provas anteriores, esteja preparado para todas as fases e saiba que pode aprender qualquer matéria do concurso”.
Mônica acrescenta que buscar ajuda de profissionais e estabelecer uma meta ajuda bastante. Já para Wesley o que traz resultados é “estudar, estudar, estudar, e quando sobrar tempo, estudar”, que foi o que ele fez quando prestou o concurso.
Hora da prova - De Lucca aconselha ler com atenção as instruções e as questões, começar resolvendo as questões mais fáceis e curtas das matérias, reservar de 30 a 40 minutos para preencher as respostas no cartão e ficar na prova até o final, pois no decorrer do exame a ansiedade diminui e o candidato começa lembrar o que no início não conseguia devido ao nervosismo.
Para Mônica concentração e calma são essenciais, “se estiver nervoso respire fundo e pense: estou preparado e vou fazer uma ótima prova”.
Lasmar acha que é fundamental não ter medo da prova e não a ver como se fosse a última oportunidade da vida.
Já Wesley acredita que entrar na sala de aula muito cedo pode aumentar a ansiedade e recomenda levar chocolate e café para “ativar os neurônios”.
Lasmar finaliza deixando um recado: “o candidato precisa saber que o concurso público é a forma mais democrática de empregabilidade, pois não leva em conta a classe social, a idade e a formação anterior; podemos afirmar que a probabilidade de passar em um concurso público é diretamente proporcional ao tempo de preparação que o candidato possui, ou seja, se você estudar para passar em um concurso público você conseguira êxito, bastando para isto não desistir”.
Carolina Pera
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A Polícia Federal tem origem em 10 de maio de 1808, quando a Intendência-Geral de Polícia da Corte e do Estado do Brasil foi criada, por D. João VI. O órgão tinha as mesmas atribuições que tinha em Portugal. Com o decreto 6.378, de 28 de março de 1944, a antiga Polícia Civil do Distrito Federal, que funcionava no Rio de Janeiro, no governo de Getúlio Vargas, foi transformada em Departamento Federal de Segurança Pública (DFSP), subordinado ao Ministério da Justiça e Negócio Interiores. Posteriormente, em 13 de junho de 1946, com o decreto-lei 9.353, foi atribuída competência ao DFSP, em todo território nacional, para serviços de polícia marítima, área de fronteiras e apurações de diversas infrações penais.