Chamamos de artigo a palavra variável, colocada antes do substantivo para indicar, ao mesmo tempo, seu gênero e seu número. Já os pronomes demonstrativos apresentam a função de indicar um ser diante do espaço e tempo
Redação Publicado em 18/04/2012, às 16h02
Sandra Ceraldi Carrasco
Artigos
Chamamos de artigo a palavra variável, colocada antes do substantivo para indicar, ao mesmo tempo, seu gênero e seu número. O artigo é basicamente demonstrativo. Sua função sintática principal é de adjunto dos substantivos. É classificado como definidos (o, a, os, as) e indefinidos (um, uma, uns, umas). Os definidos determinam os substantivos de modo preciso e particular. Já os indefinidos determinam os substantivos num aspecto vago, impreciso e geral. Quando se diz "um livro", menciona-se qualquer livro.Existem combinações dos artigos definidos com as preposições a, de, em, por, que resultam, respectivamente, em: ao, do, no, pelo, à, da, na, pela, aos, dos, nos, pelos e às, das, nas, pelas. A combinação dos artigos indefinidos com a preposição em, e mais raramente a preposição de, resulta em: num, dum, numa, duma, nuns, duns, numas, dumas. O artigo transforma palavras de qualquer classe gramatical em substantivo. Ex.: Quero saber o porquê. Também estabelece sua determinação ou indeterminação. Ex.: Conversei com o candidato hoje. Conversei com um candidato hoje.
No primeiro caso, fala-se de um candidato em particular. No segundo, de qualquer um. Os artigos também têm por função distinguir os homônimos e define seus significados. Ex.: O lotação (veículo), A lotação (capacidade máxima).
Quanto ao emprego, o artigo definido pode ou não acompanhar nomes próprios geográficos. Alguns repelem o artigo (Portugal, Roma, Atenas, Curitiba, São Paulo). Já outros o aceitam (a bela Portugal, a Atenas de Péricles). Há ainda aqueles que exigem o artigo (A Bahia, o Rio de Janeiro, as Ilhas Canárias). Alguns poucos se usam, indiferentemente, como o artigo ou sem ele (Recife ou o Recife, Aracaju ou a Aracaju). Nomes próprios de pessoas são determinados pelo artigo quando usados no plural (Os Maias). Posto antes dos nomes de pessoas, o artigo denota intimidade e familiaridade (A Maria dorme bem). O uso do artigo é facultativo diante de pronomes possessivos (Foi rápida a sua entrevista / sua entrevista).
O artigo definido será omitido antes dos pronomes de tratamento (Equivocou-se Vossa Senhoria, disse o rapaz). Depois do pronome cujo e o substantivo imediato (O autor cuja obraconheço faleceu). Diante dos superlativos relativos (Ela é a mais inteligente da sala). Caso haja um substantivo, será empregado apenas uma vez, antes do substantivo (Ela é a aluna mais inteligente da sala). Nos provérbios e máximas (Tempo é dinheiro). Antes de substantivos usados de uma maneira geral (Especialistas afirmam que mulher fica mais gripada que homem). Diante da palavra casa, quando designa residência, lar próprio, moradia (Ficou em casa/ Fui para casa), entretanto, se a palavra casa vier acompanhada de adjetivo ou locução adjetiva, deve ser anteposto, ordinariamente, o artigo (Irei à casa de meus avôs).
O artigo indefinido transmite ao substantivo grande força expressiva, apesar de sua ideia vaga e imprecisa (Estou com uma sede), antepõe-se ao numeral quando não se pode precisá-lo (Ele se casou faz uns 10 anos), antes de nomes próprios para acentuar a semelhança de alguém com um personagem célebre. Nesse caso, o nome próprio passa a ser comum (Revelou-se um Pavarotti, um grande cantor).
Pronomes demonstrativos
Os pronomes demonstrativos apresentam na Língua Portuguesa a função de indicar um ser diante do espaço e tempo, levando-se em conta as pessoas do discurso (falantes: eu, nós; ouvintes: tu, vós e de quem se fala: ele, ela, eles, elas). Os pronomes demonstrativos são: este (a) (s) e isto; esse (a) (s) e isso; aquele (a) (s) e aquilo. Existem regras que delimitam o uso desses pronomes, vamos a elas:
1) NOMES GEOGRÁFICOS:
- ESTE: para designar o que está próximo da pessoa que fala. Ex.: Este carro em que estou foi batido.
- ESSE: para designar o que está próximo da pessoa com quem se fala. Ex.: Esse carro em que você está foi batido.
- AQUELE: para designar o que está distante das duas pessoas, ou seja, a que fala e a com quem se fala. Ex.: Você acompanhou aquela moça que passou.
2) NOS TEXTOS:
-DESENVOLVIMENTO: “São estes itens que me atormentam: liderança, oportunidade, aptidão e desemprego”. (refere-se ao que ainda será mencionado)
-RETOMADA: “Liderança, oportunidade, aptidão e desemprego; são esses itens que me atormentam” (refere-se ao que já foi mencionado)
3) POSIÇÃO DISTRIBUTIVA:
ESTE: para o que foi mencionado por último.
AQUELE: para o que foi inicialmente mencionado.
Ex.: “Salvador e Florianópolis são belas cidades: esta (Florianópolis) é a capital de Santa Catarina; aquela (Salvador), da Bahia.
4) PRONOMES DEMONSTRATIVOS “O, A, OS, AS”:
São pronomes demonstrativos as formas “o, a, os, as” quando são substituídas nas frases por “este (a)(s), isto; esse (a)(s), isso; aquele (a)(s), aquilo. Ex.: Os (estes) que aqui estão almejam aprovação. Somos o (isto) que somos.
5) TEMPO:
-PRESENTE: usamos “neste (a)(s), nisto”. Ex.: Chegamos neste momento para a prova.
-PRETÉRIO OU FUTURO POUCO DISTANTES: usamos: “nesse (a)(s), nisso”. Ex.: Não dormi nada nesses dias da semana passada (passado pouco distante), mas após a alta de papai, com certeza, nesses próximos dias dormirei (futuro pouco distante) bem.
-PRETÉRITO OU FUTURO REMOTOS: usamos “naquele (a)(s), naquilo”. Ex.: Naquela época o traje de banho era horrível (1920). No próximo Século (3000), existirá vida naquela época?
Bons Estudos!
Professora Sandra Ceraldi Carrasco, consultora e especialista em Língua Portuguesa, autora de livros e periódicos na área. Há mais de 20 anos ministra cursos e palestras, com índice recorde de aprovação. Seu mais recente trabalho aborda de forma prática o Acordo Ortográfico. Atualmente é coordenadora do curso preparatório IPA. Contato: professora.sandracarrasco@uol.com.br.