Especialistas comentam sobre a mudança e dão dicas para a última fase de estudos.
Redação Publicado em 12/08/2010, às 15h16
Lançado em dezembro de 2009, o concurso de 6.565 vagas dos Correios sofreu inúmeros contratempos – retificações, prorrogação das inscrições, informações desencontradas sobre a contração de uma organizadora e até mudança da diretoria do órgão, para ficarmos em alguns exemplos. O último episódio foi o adiamento das provas, anunciado esta semana, de 19 de setembro para 28 de novembro. O JC&E conversou com três especialistas em concurso sobre o tema e apurou as melhores estratégias de estudo para essa reta final de preparação.
Nova data - Segundo o especialista em concursos, Carlos Eduardo Guerra, o adiamento das provas dos Correios, é “um absurdo. É um adiamento sucessível (em julho as provas haviam sido marcadas para 19 de setembro), que não é aceitável e que mexe com o estímulo do candidato”. Já para Paulo Estrella, o intervalo de oito meses entre a divulgação do concurso e a realização da prova tende a desanimar o candidato, mas vê um lado positivo: “É ruim, mas o candidato pode tirar proveito pois terá um prazo maior para estudar, é importante manter a disposição”.
Ansiedade - Para superar a ansiedade causada por tantas mudanças, a solução é de uma simplicidade caseira, para o também especialista em concursos, Alexandre Vasconcelos. “Para driblar essas sensações é importante aproveitar o tempo que terão a mais para avançar nos estudos e não se deixar dominar pelo nervosismo e ansiedade. Jamais desistir dos objetivos e não perder o foco do concurso”.
Para a prova - É importante manter um ritmo intenso ou acelerar os estudos. Os candidatos devem investir na resolução de provas anteriores, sejam do órgão, ou da organizadora. “A ideia é verificar como a Cesgranrio vai cobrar essas questões, de que forma os enunciados são escritos, quais os conteúdos que ela usa mais. Tem que direcionar os estudos e saber tudo que pode ser cobrado na prova”, avalia Paulo. Candidatos a carteiro também devem investir na preparação o teste físico que, segundo Alexandre, tem eliminado muitos candidatos.
Deixou para a última hora? Quem ainda não começou os estudos, deve, também, buscar provas anteriores da Cesgranrio. Para Alexandre, a organizadora “costuma ser uma banca previsível e que não apresenta grandes novidades, fazendo uso de questões quase idênticas. Uma boa dica é procurar em editoras especializadas livros e apostilas que tenham exercícios comentados para se aprofundar nas matérias e fazer um raio x dos assuntos que costumam ser mais cobrados”. Assistir a aulas de especialistas de matérias em cursinhos é uma opção para aqueles que só agora se deram conta do passar do tempo.
Já li tudo, agora como devo estudar? - A estratégia de estudar por meio de provas anteriores também permite identificar os pontos fracos do concurseiro quanto ao conteúdo. Problema cuja solução é “fazer o maior número de exercícios e se, possível, de bancas semelhantes”, na análise do especialista. Paulo recomenda atenção extra ao conteúdo de informática, que tem questões em menor número que as demais disciplinas: “Com isso um erro em informática acaba tendo um peso maior que o candidato errar uma questão de matemática ou português”.
Cansou só de pensar nos estudos? A dica é tomar como mantra a análise do Alexandre: “Ter uma visão estratégica que o desânimo e o cansaço só vão prejudicar os estudos e que na vida certos sacrifícios são necessários para se atingir os objetivos tão almejados”.
Ah, está sem tempo? O candidato deve calibrar sua concentração para obter o maior rendimento no tempo que tiver. “Sempre que possível aproveite o período livre para estudar no trabalho ou no transporte, e aposte em ferramentas de estudo como simulados e matérias virtuais que podem ser acessados de casa”, lembra Alexandre.
Se você cansou mesmo, atenção! - O concurseiro que se julgar prejudicado pelo tempo já decorrido deste processo seletivo, segundo Guerra, pode pedir na Justiça, o ressarcimento do dinheiro investido.
Aline Viana
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Os Correios tiveram sua origem no Brasil em 25 de janeiro de 1663, com a criação do Correio-Mor no Rio de Janeiro, então capital da Colônia. Em 1931 o decreto 20.859, de 26 de dezembro de 1931 funde a Diretoria Geral dos Correios com a Repartição Geral dos Telégrafos e cria o Departamento dos Correios e Telégrafos. A ECT foi criada a 20 de março de 1969, como empresa pública vinculada ao Ministério das Comunicações mediante a transformação da autarquia federal que era, então, Departamento de Correios e Telégrafos (DCT). Nos anos que se seguiram, vários serviços foram sendo incorporados ao portfólio da empresa.
Além dos tradicionais serviços de cartas, malotes, selos e telegramas, entre os novos serviços podem ser destacados os pertencentes à família Sedex, serviço de encomendas expressas. Impulsionados pelas mudanças tecnológicas, econômicas e sociais, os Correios iniciaram em 2011 um profundo processo de modernização. Com a sanção da Lei 12.490/11, a empresa teve seu campo de atuação ampliado e foi dotada de ferramentas modernas de gestão corporativa para enfrentar a concorrência. Com a nova lei, os Correios podem atuar no exterior e nos segmentos postais de serviços eletrônicos, financeiros e de logística integrada; constituir subsidiárias, adquirir controle ou participação acionária em empresas já estabelecidas e firmar parcerias comerciais que agreguem valor a sua marca e a sua rede de atendimento.
Ao todo são mais de cem produtos e serviços oferecidos pela maior empregadora do Brasil (no início de 2008 com mais de 109 mil empregados próprios, além dos terceirizados), sendo a única empresa a estar presente em todos os municípios do país, com uma vasta rede de unidades próprias e franqueadas. Diversos dos produtos e serviços da ECT podem ainda ser adquiridos pela internet.