Após polêmica, PF retifica exame físico para 600 vagas

A etapa faz parte do concurso que vai preencher 600 vagas de escrivão, perito e delegado

Leandro Cesaroni   Publicado em 03/09/2013, às 15h37

Após manifestação do Ministério Público Federal no DF (MPF-DF), que classificou como “discriminatório e inconstitucional” o exame físico do concurso para escrivão, perito e delegado da Polícia Federal, o TRT da 1ª região pediu que a PF reavaliasse o formato do teste, considerando a diferença entre ambos os sexos dos candidatos. A retificação foi publicada nesta terça-feira (3), juntamente com a convocação para o exame, que será a próxima etapa do processo seletivo.

Com a mudança, as candidatas do sexo feminino não terão mais que fazer flexões no teste de barra fixa, tendo apenas que ficar dependuradas na barra com pegada livre, mantendo os braços flexionados e o queixo acima da parte superior. Quanto mais tempo elas agüentarem a sustentação, mais pontos obterão. Já para os homens, o formato do teste continua o mesmo – com flexões.

O exame físico acontecerá no dia 15 de setembro, em todas as capitais do país. Além do teste de barra fixa, ele cobrará teste de impulsão horizontal, teste de corrida de 12 minutos e teste de natação de 50 metros. O resultado está previsto para 25 de setembro.

Para conferir o resultado da prova discursiva, bem como a convocação para o exame físico, com os locais onde cada candidato realizará os testes, consulte os arquivos anexos ao lado.

Polêmica
Para o MPF-DF, que vinha tentando impedir que candidatas do sexo feminino fossem eliminadas da seleção por não conseguirem realizar o teste, a Polícia Federal “desconsiderou a notável disparidade de potência muscular entre homens e mulheres”. Em medida liminar, o órgão pediu que o teste de barra fixa para mulheres fosse aplicado na modalidade estática, como já acontece em concursos similares como os da Polícia Rodoviário Federal, Polícia Civil do DF e Corpo de Bombeiros Militar do DF.

O MPF argumentou que, para que haja isonomia entre candidatos homens e mulheres na seleção, é necessário considerar, de forma proporcional e razoável, as diferenças fisiológicas existentes entre eles, em termos biológicos e hormonais. A ação citou estudos e pareceres técnicos de especialistas para demonstrar que o teste de barra fixa na modalidade dinâmica não é o mais adequado para avaliar a capacidade física feminina.

De acordo com o professor de educação física Elon Júnior, o teste de barra fixa é o que mais reprova nos concursos da Polícia Federal. Cerca de 40% do total de candidatos não consegue atingir o nível exigido; entre as mulheres, esse índice chega a 95%. Confira, na entrevista em vídeo, as dicas do professor para o exame físico (para vê-la, clique aqui).

Concurso
Os editais do concurso para escrivão, perito e delegado da Polícia Federal foram republicados em 9 de maio deste ano. Ao todo, são oferecidas 600 vagas, sendo 150 vagas para delegado, 350 para escrivão e 100 para perito. Todas as carreiras exigem diploma de nível superior e carteira de habilitação na categoria “B”. As remunerações são de R$ 7.514.33 para escrivão e de R$ 14.037,11 para delegados e peritos criminais.

Primeira etapa da seleção, as provas objetivas foram aplicadas a mais de 160 mil inscritos no dia 21 de julho.

Sobre PF - Polícia Federal

A Polícia Federal tem origem em 10 de maio de 1808, quando a Intendência-Geral de Polícia da Corte e do Estado do Brasil foi criada, por D. João VI. O órgão tinha as mesmas atribuições que tinha em Portugal. Com o decreto 6.378, de 28 de março de 1944, a antiga Polícia Civil do Distrito Federal, que funcionava no Rio de Janeiro, no governo de Getúlio Vargas, foi transformada em Departamento Federal de Segurança Pública (DFSP), subordinado ao Ministério da Justiça e Negócio Interiores. Posteriormente, em 13 de junho de 1946, com o decreto-lei 9.353, foi atribuída competência ao DFSP, em todo território nacional, para serviços de polícia marítima, área de fronteiras e apurações de diversas infrações penais.