Fiscal de rendas: gestão tributária ou TI?

Para concorrer a uma das vagas, candidatos não precisam ter experiência na área escolhida.

Redação   Publicado em 15/07/2009, às 10h14

Na reta final das inscrições para o concurso da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz/SP), para o cargo de agente fiscal de rendas, o Jornal dos Concursos& Empregos relata as principais diferenças de atuação nas áreas de gestão tributária e tecnologia da informação (TI). Conversamos também com o diretor do Departamento de TI da Sefaz, Alvaro Junqueira, que esclareceu algumas dúvidas e deu dicas aos candidatos. Além disso, você vai conferir como alguns candidatos já estão se preparando para garantir a tão sonhada vaga. Confira!

Atuação – Segundo o diretor do Departamento de TI da Sefaz, Alvaro Junqueira, ao agente fiscal de rendas compete exercer a fiscalização direta dos tributos estaduais e as funções relacionadas com a coordenadoria, direção, inspeção, controle da arrecadação de tributos, chefia, entre outras funções. Já os candidatos que optarem pelo cargo de TI atuarão na gestão de sistemas tributários estratégicos, desde a elaboração dos seus requisitos, acompanhamento do seu desenvolvimento, homologação e controle de qualidade, bem como na gestão da sua manutenção e infra-estrutura. “Atualmente a Sefaz conta com projetos de grande sucesso e amplamente baseados em TI, como a Nota Fiscal Paulista, Nota Fiscal Eletrônica, SPED, Conhecimento de Transporte Eletrônico e Comércio Exterior – COMEX. Com o advento dos documentos fiscais eletrônicos, a tendência é que a área de TI seja cada vez mais demandada”, relata.

Curso de Formação – Para concorrer a uma vaga não é exigida experiência dos candidatos, entretanto, para a área de TI, a Sefaz espera que os aprovados tenham um conhecimento mínimo nas disciplinas do concurso.Nossa expectativa é atrair para esta área de concentração candidatos que tenham o conhecimento básico relativo as disciplinas tradicionalmente solicitadas em concursos da área fiscal como contabilidade e direito, mas que em contrapartida tenham forte formação e experiência na área de TI”, diz.  Dessa forma, provavelmente a concorrência para os candidatos que optarem pela área de concentração de TI se dará entre profissionais que atuem nessa função, com boa formação acadêmica e de conhecimentos gerais e específicos.   


Os aprovados em TI deverão atuar por pelo menos cinco anos no Departamento de Tecnologia da Informação ou na Diretoria de Informações do órgão. Segundo Junqueira, essa vinculação é necessária para permitir que o candidato aprovado na área de TI possa contribuir mais para a Sefaz.  Além disso, passarão por um curso de formação específica ao longo do ano de 2010. O curso  será promovido pela Escola Fazendária e voltado para a área de atuação de TI. A carga horária e o conteúdo programático serão fornecidos ao candidato no início do curso.

 

Dicas de estudos – O professor de direito constitucional e administrativo da Central de Concursos, Luís Santos, acredita que estudar todo o conteúdo programático em tão pouco tempo é uma tarefa quase impossível. Sendo assim, o professor recomenda que os candidatos revejam as últimas provas e selecionem os temas que mais forem cobrados. “Para ser aprovado, além de estudar bastante e se preparar em um curso confiável, pode ser interessante se os candidatos formem grupos de estudos e realizem testes”, afirma.


Para a área de gestão tributária, o conteúdo programático específico é extenso. De acordo com Junqueira, os candidatos que optarem por esta área, apesar de contarem com número maior de vagas, devem estar bem preparados, em nível avançado. O diretor destaca que o conteúdo específico deve ser bastante estudado. “Os candidatos devem focar seus estudos nos temas de direito, legislação tributária estadual e contabilidade avançada”, relata.


Já para TI, o conteúdo programático específico é menor, entretanto, mais complexo, principalmente para quem não tem experiência na área. Para o diretor, todo o conteúdo específico deverá ser estudado com afinco.


“Esperamos que os novos funcionários possam assim somar esforços e integrar a equipe, trazendo inovação, criatividade e ainda mais energia para nossos quadros, viabilizando a continuidade do processo de modernização da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo”, conclui.

Preparação dos candidatos – A professora universitária de matemática, Magali Gomes, mudou completamente a sua rotina para conseguir a aprovação em um concurso. Desde janeiro, já tentou ingressar nos Ministérios da Fazenda e do Planejamento. Agora, está buscando uma oportunidade na Sefaz, na área de gestão tributária. Ela estuda 4h em um curso preparatório e em casa, cerca de 12h, diariamente. “Optei por concursos em razão da estabilidade que estes proporcionam. Porém, o que me atraiu no processo seletivo da Sefaz é que o salário é muito atrativo e o cargo desafiante”, relata.


Com uma remuneração de R$ 6.806,25, alguns “concurseiros” de outros estados e cidades resolveram tentar uma das 600 vagas, distribuídas entre gestão tributária (475) e tecnologia da informação (125). É o caso da professora de português, Nair da Silva, que também prestará para gestão tributária. Atualmente, ela reside em Porto Seguro (BA), mas afirma não ter problema algum em mudar para São Paulo. “Eu me adapto rapidamente e estou curiosa em relação a esse aspecto. Estou confiante, pois, apesar da concorrência, tenho afinidade com o conteúdo específico, já conheço alguns itens de direito e, claro, a boa remuneração foi um bom atrativo”, afirma.


Já o tecnólogo Eduardo Pereira prestará para a área de tecnologia da informação. O candidato acumula mais de dez concursos prestados e optou por TI por já atuar na função em uma autarquia federal. “Tenho bastante experiência na área, mas não tenho diploma específico. Como este concurso permite graduados em qualquer área resolvi arriscar”. O tecnólogo estuda por conta própria em casa e destaca que essa área sempre lhe interessou. “Estudo por 3h todos os dias com apostilas, textos da internet e fórum. Mesmo não tendo feito um cursinho preparatório me sinto apto para a seleção”, finaliza.

Samantha Cerquetani/SP

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