Grupo também ‘vendia’ aprovações em vestibulares por valores entre R$ 80 mil e R$ 160 mil. Justiça autorizou cinco mandados de prisão preventiva, três de prisão temporária e oito conduções coercitivas
Da Redação* Publicado em 31/10/2017, às 15h07
Uma quadrilha especializada em fraudarconcursos públicose vestibulares no Distrito Federal foi presa na manhã de ontem (30) na segunda etapa da Operação Panoptes, deflagrada pela Divisão Especial de Repressão ao Crime Organizado (Deco) da Polícia Civil.
A Justiça autorizou cinco mandados de prisão preventiva, três de prisão temporária e oito conduções coercitivas, além de buscas em 16 endereços localizados em Goiânia e em cinco regiões do DF.
As investigações mostraram que o grupo é responsável por tentar fraudar processos seletivos não apenas do Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos - Cebraspe (como indicava a primeira fase da operação, iniciada em agosto), mas também de outras bancas. A PC suspeita, ainda, que a quadrilha pretendia fraudar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano.
Entre os presos na segunda-feira estão Ricardo da Silva Nascimento, ex-funcionário do Cebraspe, e Weverson Vinícius da Silva, que atuava como aliciador. Hélio Ortiz, apontado como chefe da quadrilha, está detido desde a primeira fase da operação.
Segundo a Polícia Civil, o grupo cobrava entre R$ 80 mil e R$ 160 mil para aprovar candidatos inscritos em vestibulares. Para concorrentes de concursos, o preço cobrado era de 20 vezes o valor do salário a ser recebido no cargo público.
“Muitos davam um sinal entre R$ 10 mil e R$ 20 mil e, depois de assumirem o cargo, faziam empréstimos consignados para pagar o restante”, disse o delegado da Deco, Maurilio Coelho Lima.