Incorporação não deve prejudicar concursos

Concursos não devem ser prejudicados pela eventual incorporação da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil.

Redação   Publicado em 06/06/2008, às 11h21

O Banco do Brasil anunciou, no mês passado, o interesse em adquirir a Nossa Caixa, o 12º maior banco do País, cuja principal atuação é junto a servidores públicos paulistas. Com a eventual compra, o BB poderia ganhar um pouco mais de folga na liderança do setor bancário local, onde já sentia a proximidade dos privados Itaú e Bradesco.

Tal notícia deixou extremamente apreensivos muitos candidatos que prestaram concurso para o banco estatal paulista no ano passado.  A seleção, que teve 46.443 inscritos, visava preencher 38 oportunidades imediatas e formação de cadastro reserva aos cargos de Engenheiro Agrônomo, Engenheiro Civil, Analista de Informática Júnior (Sistemas) e Auxiliar Administrativo, com remunerações que variam entre R$ 933,29 e R$ 1.975,43. Até agora, 1,4 mil pessoas foram aprovadas para Auxiliar e, 445 foram convocadas. Já para Analista 554 foram aprovadas e 49 foram convocadas. Para Engenheiro Agrônomo passaram 146 pessoas e três foram chamadas; outras 73 foram aprovadas para Engenheiro Civil e cinco foram convocadas.

Além disso, o diretor-presidente da Nossa Caixa, Milton de Melo Santos, anunciou um novo concurso para o segundo semestre deste ano, destinado à formação de cadastro de reserva para o cargo de Auxiliar Administrativo.

De acordo com a assessoria de imprensa da Nossa Caixa, os concursos continuam em andamento e os aprovados serão chamados conforme a necessidade, independentemente das negociações com o Banco do Brasil.

Por sua vez, o Banco do Brasil explica que até o momento da possível incorporação ser concluída, a Nossa Caixa tem total autonomia para contratar funcionários. 

A assessoria de imprensa do BB informa, ainda, que as negociações estão na fase inicial e que não há previsão de quando possa ser concluída. Sendo que o primeiro passo foi dado no final do mês passado, quando os bancos assinaram um acordo de confidencialidade entre as duas partes, que visa garantir o caráter sigiloso às informações trocadas entre as duas instituições financeiras.

Preocupados com a garantia de empregos e direitos dos trabalhadores, o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região promoveu uma reunião na última quinta-feira (5) entre representantes dos bancários e a direção do Banco do Brasil a fim de estabelecer um cronograma de negociações com encontros inicialmente mensais para tratar de tudo que diz respeito aos interesses dos trabalhadores da Nossa Caixa. Neste encontro, o BB reafirmou o compromisso do presidente do banco federal, Antônio de Lima Neto, de preservar empregos e direitos dos trabalhadores, caso o processo de venda seja concretizado. E como garantia, os bancários exigiram da direção do BB que formalizassem um documento que mantenha empregos e direitos dos funcionários da Nossa Caixa e que o movimento sindical participe permanentemente de todas as decisões que possam interferir na vida do bancário. O BB se comprometeu em apresentar um documento até a próxima quarta-feira (11), quando também deverão ser definidas as datas do cronograma de negociações.

Já na segunda-feira (9), será a vez da negociação com o presidente da Nossa Caixa, Milton Luiz de Melo Santos, quando os funcionários irão exigir também o fim das demissões na estatal paulista.


Juliana Dondo