Em 2011, só na Marinha e na Aeronáutica foram disponibilizadas quase 5 mil ofertas, em um total de 27 concursos.
Todos os anos, as Forças Armadas brasileiras lançam concursos públicos para preencher vagas em seus quadros, com posições que abrangem todos os níveis escolares.
No ano passado, a Marinha do Brasil publicou editais com um total de 3.600 ofertas destinadas a praças e oficiais nas diversas especialidades.
No mesmo período, a Aeronáutica reuniu 1.198 oportunidades, com uma atração de 70.888 candidatos em 16 processos seletivos públicos.
Já no Exército, apenas em três cursos de formação, foram disponibilizadas 212 oportunidades em 2011, distribuídas entre as 69 ofertas do Curso de Formação de Oficiais do Quadro Complementar (CFO/QC), as quatro do Estágio de Instrução e Adaptação do Quadro de Capelães Militares (EIA/QCM) e as 139 do Curso de Formação de Oficiais Médicos, Farmacêuticos e Dentistas (CFO – Odonto/Farmácia).
Ficou interessado? Confira como ingressar em cada uma das instituições militares:
Aeronáutica - Concursandos de nível fundamental que queiram integrar a corporação podem se inscrever entre junho e julho para o Curso Preparatório de Cadetes do Ar (CPCAR), destinado somente ao público masculino entre 14 e 19 anos.
No nível técnico, as oportunidades se concentram no Estágio de Adaptação à Graduação de Sargento da Aeronáutica (EAGS - B). As inscrições para a qualificação de 24 semanas ocorrem de março a abril e podem ser feitas por ambos os sexos, desde que respeitado o limite de idade, que é de 25 anos.
Candidatos com nível médio são os mais privilegiados, pois podem tentar participar de oito formações, entre elas as de aviadores, oficiais de infantaria, intendentes, sargentos e taifeiros. O limite de idade varia entre 23 e 25 anos.
Com a exigência do superior completo são oferecidos seis cursos para as profissões de dentista, farmacêutico, médico, capelão e engenheiro, além dos oficiais temporários, reservados a pessoas entre 30 e 44 anos.
Para conferir a lista completa, visite a página www.fab.mil.br.
Exército - “Para ingressar, tem que ter vocação para uma carreira que tem como pilares básicos a hierarquia e a disciplina. Terá uma vida de dedicação ao serviço da pátria, onde o culto de valores como responsabilidade, patriotismo, lealdade e honestidade são exacerbados”.
É assim que o coronel do Comando Militar do Sudeste, Corrêa de Araújo, define a carreira, que possui quatro portas de entrada.
Homens que completam 18 anos são chamados para o Serviço Militar Obrigatório, a forma que menos atrai efetivos, segundo o coronel. “Só 7% a 8% dos alistados incorporam ao Exército, e quase na totalidade são voluntários”, argumenta.
Os que permanecem podem ficar na instituição por no máximo sete anos. Neste prazo, assumem primeiramente a função de militar temporário, podendo chegar a 3º sargento, desde que façam os cursos de formação para cabo e sargento temporário.
Após esse período, o profissional que quer servir a nação servindo ao Exército precisa participar de seleções públicas para oficial ou sargento.
Os pretendentes a oficial (sexo masculino) que tenham até 20 anos podem prestar o concurso anual para a Escola Preparatória de Cadetes do Exército, sediada em Campinas (SP), onde recebem formação durante um ano, para depois seguirem para a Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende (RJ), que reserva quatro anos de estudos. Ao final é concedido o título de aspirante a oficial do Exército Brasileiro.
Caso o profissional já tenha completado o nível superior e tenha entre 34 e 36 anos, pode se candidatar à Escola de Saúde ou à Escola de Formação Complementar, que abrem inscrições uma vez a cada 12 meses.
Concursandos que se interessem pela área de saúde precisam ter diploma em medicina ou odontologia e passar nas avaliações de conhecimentos gerais, parte técnica e de títulos. “Se aprovado, cursa um ano na Escola de Saúde do Exército e é declarado 1º tenente, podendo chegar ao generalato, o mais alto posto da carreira militar”, explica Corrêa de Araújo.
A Escola de Formação Complementar admite graduados em farmácia, veterinária, história e letras, para citar alguns exemplos. O curso é realizado em Salvador (BA) por um ano. Os alunos se tornam 1º tenente, podendo chegar a tenente-coronel.
Já para a carreira de sargento existem a Escola de Sargento das Armas (público masculino), em Três Corações (MG); a Escola de Logística; a Escola de Instrução Especializada, no Rio de Janeiro, e a Escola de Saúde (apenas para enfermeiros), além das especializações em aviação e do quadro de músicos.
A progressão na carreira ocorre a partir de avaliações semestrais. As promoções são concedidas com base em conceito, merecimento ou realização de cursos. Mais informações podem ser obtidas em www.exercito.gov.br.
Marinha - O caminho inicial para fazer parte da instituição é o Colégio Naval, que admite concursandos do sexo masculino. A formação dura três anos, e ocorre em Angra dos Reis (RJ).
“O aluno receberá toda a instrução e formação militar naval e de lá sairá diretamente para a Escola Naval, no Rio de Janeiro. Nesse segmento, o aluno passará quatro anos, receberá toda a formação naval e, ao término, será considerado 2º tenente, com o nível superior de bacharelado em ciências navais”, revela o chefe do serviço de recrutamento distrital da Marinha do Brasil, comandante Franco.
Já para os que concluíram uma faculdade, as opções estão no quadro técnico, que abrange várias profissões como, por exemplo, administração, direito e pedagogia, voltadas a ambos os sexos.
Na base operacional, a Marinha tem os praças. Eles são formados em quatro escolas de aprendiz de marinheiro, localizadas em Florianópolis (SC), Vitória (ES), Recife (PE) e Fortaleza (CE). “Essas escolas propiciam a formação de ensino médio. Ao final de 14 meses, esses jovens terão a incorporação como marinheiros e sairão para atividades nos navios da Marinha do Brasil”, complementa o comandante Franco.
No total são promovidas 11 seleções públicas anuais. A escolha dos funcionários se dá por prova de conhecimentos profissionais, teste psicofísico, exames médico e físico e entrevista.
O que é preciso para passar? Nas palavras do comandante, muita atenção ao conteúdo programático. “Como todo concurso, é importante que o candidato se prepare muito bem. A fidelidade à bibliografia é de suma importância, assim como planejar-se para cumprir o cronograma de estudos exigido”, diz.
Os benefícios e salários compensam o esforço, na opinião do profissional. “Quando você entra na Marinha, vai ser um servidor militar federal. Além da estabilidade, terá direito a assistência médica hospitalar também para os dependentes e poderá, gradativamente, galgar os postos de toda a estrutura hierárquica”.
A progressão à qual o comandante Franco se refere é possível a partir de avaliações sistemáticas semestrais, criteriosa quanto a lealdade, aspectos profissionais e comportamentos morais adotados pelo oficiais e praças.
O estágio inicial do aprovado é o de 2º tenente. Cerca de três anos depois, pode ocupar a função 1º tenente. Mais três anos e se torna capitão. Seis anos depois pode galgar o posto de capitão de corveta. Com mais seis anos, assume a posição de capitão de fragata. A última carreira é a de capitão de mar e guerra, conseguida com mais cinco anos de dedicação. A variação salarial é de R$ 4.323 a R$ 10 mil.
Mas quem não quer entrar na Marinha por concurso público pode tentar os cargos temporários, especialmente para o Programa Nuclear, que valoriza muito os engenheiros, mas também oferece chances a formados em administração, direito, pedagogia. Detalhes sobre o processo seletivo podem ser conferidos em www.8dn.mar.mil.br. Já para saber mais sobre os concursos públicos, acesse: www.mar.mil.br.
Pâmela Lee Hamer