De acordo com denúncia, o PCC investe em candidatos ligados à facção para concursos públicos do poder judiciário
Fernando Cezar Alves Publicado em 24/06/2023, às 08h53 - Atualizado em 26/06/2023, às 14h15
De acordo com notícia divulgada pelo Jornal da Band na última quinta-feira, 22 de junho, o PCC (Primeiro Comando da Capital), uma das maiores facções criminosas do país, tem investido na preparação de candidatos ligados ao crime para que possam ingressar no funcionalismo público por meio de concursos públicos. A intenção é garantir a existência de pessoas relacionadas com o PCC atuando nos órgãos do poder judiciário, como juízes e promotores do Ministério Público.
Segundo a reportagem, inicialmente o PCC investiu na formação de diversos advogados, para que estes pudessem atuar na defesa de seus integrantes. Agora, a intenção é investir para que muitos desses advogados possam atuar como agentes infiltrados dentro do funcionalismo público.
O processo de formação de advogados para o PCC vem sendo realizado desde 2006, dentro de um programa chamado pela facção de "Sintonia dos Gravatas", coordenado pelo criminoso Orlando Mota Júnior, o "macarrão". Inicialmente, a intenção era ter pessoal formado para cuidar da parte jurídica da facção, além de trazer recados de membros que estivessem dentro de presídios. De acordo com ele, o PCC procurava fazer uma sabatina, para ver se a pessoa simpatizava com a causa, se demonstrava alguma tendência para desenvolver atividades ilícitas e então tomavam a decisão de aliciar.
Com isso, o PCC passou a financiar a formação de advogados, que agora estão ganhando uma nova incumbência: estudar para concursos da magistratura. A intenção da facção, segundo a reportagem, também é contar com integrantes em diversos órgãos do governo, como Polícias Civil e Militar e até mesmo na Receita Federal.
Nos últimos concursos do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ SP) para a carreira de juiz substituto o órgão admite a exclusão de candidatos durante a fase de investigação social por suspeitas de ligação com o PCC.
De acordo com o procurdor de Justiça José Carlos Cosenzo, o Ministério Público de São Paulo já tem conhecimento das atividades da organização criminosa e, em razão disso, vem investindo em todas as opções possíveis de obstar a entrada de pessoas ligadas ao crime junto ao órgão.
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