JC&E entrevista o candidato Celso Russomano (PRB)

Caso seja eleito como prefeito de São Paulo, Russomano pretende priorizar prevenção e integração na saúde. Também quer valorização do professor e reestruturação da GCM

Redação   Publicado em 04/09/2012, às 12h06

Conheça as propostas do candidato Celso Russomanno para a cidade de São Paulo:
Nascido em São Paulo, Celso Russomanno é bacharel em direito, radialista e jornalista. Deputado federal desde 1995, também preside o Instituto de Defesa do Consumidor, setor ao qual destinou maior parte dos projetos e leis que criou. Integra comissões de fiscalização financeira, justiça e desenvolvimento tecnológico e contribui com jornais, revistas e emissoras de TV. É casado e tem dois filhos.
Jornal dos Concursos & Empregos: Qual a sua principal plataforma de governo?
Celso Russomano: Eu trabalho por um serviço público de qualidade. Essa é a minha principal plataforma de governo.

JC&E: Em pesquisa recente, a saúde pública municipal foi apontada como o principal problema da cidade de São Paulo. O senhor tem planos específicos para aumentar o número de profissionais e, consequentemente, melhorar o atendimento à população? E quanto aos funcionários temporários, o senhor pretende manter esse tipo de contratação?
CR: A saúde (ou falta dela) é o maior problema de São Paulo. Muitos investimentos em infraestrutura serão feitos, mas nossa  prioridade será a saúde preventiva. O que pretendemos é ampliar e integrar a rede de saúde e adequar a equipe e o horário de funcionamento de acordo com as necessidades de cada região. Os médicos devem ser bem pagos para poderem trabalhar para a saúde pública. Vamos trabalhar também com a prevenção através do programa de saúde da família. Um paciente que não toma um remédio para hipertensão, que custa 10 reais, está propenso a ter um AVC e ir parar na UTI. Um paciente na UTI custa 120 mil reais por dia. Com esse valor, eu trato 2 mil pessoas com prevenção através de duas equipes multidisciplinares com médico sendo bem pago, dois enfermeiros padrões e assistentes sociais.

JC&E: A atual gestão acaba de abrir um novo concurso para professor da rede municipal de ensino, cujos aprovados devem ser contratados já sob a nova administração. No seu governo, como pretende abordar a valorização da carreira do magistério e evitar a falta/evasão de professores nas escolas públicas?
CR: Vamos investir em educação. Vamos fazer com que o professor seja valorizado como deve, tenha condições para realizar seu trabalho com excelência. Hoje temos aquela chamada “promoção automática”, onde o aluno é aprovado muitas vezes sem nem saber a matéria do ano. Nós precisamos fazer com que o ensino na escola pública seja de qualidade, assim como era na década de 80, 90, onde os pais tinham boletim de acompanhamento e os professores eram respeitados e valorizados pela população.

JC&E: O que os servidores municipais podem esperar da sua gestão? Como o senhor vê a política de valorização no serviço público municipal?
CR: Acredito que o funcionário público deve ser valorizado porque ele está a serviço da sociedade. Devem ser feitos planos de carreira e promoções quanto ao tempo de serviço, além é claro, salários melhores para os cargos públicos. Um profissional com salário bom trabalha mais motivado.

JC&E: A Guarda Civil Municipal não realiza concurso público desde 2004 e está com o efetivo bastante defasado – por lei a GCM pode ter até 15 mil servidores e conta atualmente com cerca de 6.500. Um novo concurso é aguardado desde o final de 2009, mas o órgão alega não ter verba para realizar a seleção. Quais e como deverão ser os investimentos na área de segurança urbana durante o seu mandato?
CR: Segurança pública é dever do governo do estado, no entanto vamos fazer muito além das nossas forças. A Guarda Civil Metropolitana será reestruturada.  Vamos ampliar o efetivo da GCM, bem como aparelhar seus recursos profissionais básicos. Implementar as Inspetorias Distritais a fim de aproximar o comando da GCM da população local. Devemos também capacitar, qualificar e valorizar a Guarda Civil Metropolitana através de um plano de carreira que incentive melhorar seu desempenho e crescimento na carreira.

JC&E: Como o senhor encara a falta de qualificação profissional em São Paulo e quais ações e projetos pretende colocar em prática para capacitar os trabalhadores?
CR: Temos de trabalhar com inclusão social e digital. Cidade forte é cidade que gera emprego e aumenta oportunidades de renda para sua população. Investiremos recursos e esforços para reverter o quadro atual. Então vamos implantar rede de internet sem fio em toda a cidade, partindo da periferia para o centro, oferecer capacitação e orientação para as pessoas de baixa renda, a fim de melhorar seu acesso ao mercado de trabalho em vagas criadas pelo próprio serviço público municipal, multiplicar os centros de informação turística e unificar informações sobre atividades na cidade e criar um instrumento de uso múltiplo turístico para visitação a diversos eventos e locais, entre outras ações.

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Sobre Prefeitura

O Brasil conta, hoje, com 5.570 prefeituras espalhadas por municípios dos 26 Estados do país, além do Distrito Federal. Os municípios são uma circunscrição territorial dotada de personalidade jurídica e com certa autonomia administrativa, sendo as menores unidades autônomas da Federação. Uma prefeitura é a sede do poder executivo do município (semelhante à câmara municipal, em Portugal). Esta é comandada por um prefeito (nas cidades brasileiras e por um presidente de câmara nos municípios portugueses) e dividida em secretarias de governo, como educação, saúde ou meio ambiente. O termo prefeitura também pode designar o prédio onde está instalada a sede do governo municipal, também chamado de paço municipal onde geralmente se localiza o gabinete do prefeito. A instituição da prefeitura de seu encarregado maior, o "prefeito", é algo relativamente novo na história do Brasil. O poder hoje exercido pela prefeitura foi anteriormente exercido pela câmara municipal, pelo conselho de intendência e pela intendência municipal. As prefeituras são órgãos independentes, que não precisam de autorização por parte das administrações federal ou estaduais para realizarem seus concursos públicos, seja para preenchimento na própria sede ou em secretarias vinculadas à ela.