Boa Vista/RR: Justiça determina abertura de concurso

Exigência é de que a Prefeitura Municipal de Boa Vista, em Roraima, realize concurso público para procurador em até 90 dias

Camila Diodato   Publicado em 25/08/2016, às 11h04

No último dia 19 de agosto, foi determinado pelo Tribunal de Justiça de Roraima (TJ/RR) que a Prefeitura Municipal de Boa Vista faça concurso público com vagas para procurador.


O juiz Aluizio Ferreira Vieira, da 2ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Boa Vista, atendeu a um pedido formulado pelo Ministério Público Estadual (MP/RR).
A ação determina que a prefeitura abra o concurso no prazo máximo de 90 dias, sob pena de multa diário no valor de R$ 20.000, caso descumpra a ordem.
Para o MP/RR, o órgão municipal não cumpriu o Acordo Extrajudicial de Ajustamento de Conduta que foi firmado em 2010. Pelo documento, a prefeitura teria que afastar todos os comissionados que exerciam a função em no máximo 24 meses, realizando concurso público para preencher as vagas remanescentes.
Das 25 vagas que compões o quadro de procuradores da Prefeitura de Boa Vista, sete foram preenchidas por meio de concurso e nove por reenquadramento; e as outras nove sequer foram preenchidas. Por conta disso, o fato foi questionado em uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), ajuizada pela Associação Nacional dos Procuradores Municipais (ANPM) junto ao Tribunal de Justiça de Roraima. O magistrado entendeu que o município não tomou as providências necessárias ao analisar a situação.  Por meio de nota, prefeitura afirmou que não havia sido notificada da decisão. A ANPM ajuizou a ADI com o argumento de que a defesa jurídica dos municípios só pode ser exercida por procuradores concursados, em cumprimento da Constituição da República.

Sobre o cargo de procurador


A função destina-se aos profissionais com diploma de nível superior direito, fornecido por instituição de ensino superior reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC); registro na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); e comprovação de dois anos de prática forense por meio de certidão cartorária de cinco processos por ano.
Entre seus deveres estão: executar os serviços de consultoria jurídica da administração direta, realizando o controle da legalidade dos atos da administração pública municipal, direta e indireta; executar a defesa judicial e extrajudicial dos interesses e direitos da administração pública direta e indireta; coordenar e supervisionar tecnicamente os órgãos do sistema jurídico municipal, estabelecendo normas complementares sobre seu funcionamento integrado e examinando seus expedientes e manifestações jurídicas que lhe sejam submetidos pelo procurador geral, prefeito ou por secretário municipal.

Sobre Prefeitura

O Brasil conta, hoje, com 5.570 prefeituras espalhadas por municípios dos 26 Estados do país, além do Distrito Federal. Os municípios são uma circunscrição territorial dotada de personalidade jurídica e com certa autonomia administrativa, sendo as menores unidades autônomas da Federação. Uma prefeitura é a sede do poder executivo do município (semelhante à câmara municipal, em Portugal). Esta é comandada por um prefeito (nas cidades brasileiras e por um presidente de câmara nos municípios portugueses) e dividida em secretarias de governo, como educação, saúde ou meio ambiente. O termo prefeitura também pode designar o prédio onde está instalada a sede do governo municipal, também chamado de paço municipal onde geralmente se localiza o gabinete do prefeito. A instituição da prefeitura de seu encarregado maior, o "prefeito", é algo relativamente novo na história do Brasil. O poder hoje exercido pela prefeitura foi anteriormente exercido pela câmara municipal, pelo conselho de intendência e pela intendência municipal. As prefeituras são órgãos independentes, que não precisam de autorização por parte das administrações federal ou estaduais para realizarem seus concursos públicos, seja para preenchimento na própria sede ou em secretarias vinculadas à ela.