A seleção da PF deve ser uma das exceções do processo de suspensão de concursos federais. Cargos são destinados a profissionais com nível superior e apresentam inicial de R$ 16,8 mil
Mesmo com o momento de contenção de gastos, por parte do governo federal, que ocasionou a suspensão temporária dos novos concursos previstos para 2016, a própria administração pública admite que algumas seleções poderão ser realizadas no próximo ano, em caráter de exceção. Um dos concursos que devem ser priorizados, dentro deste contexto, é o da Polícia Federal.
Um dos motivos é que, desde 10 de outubro de 2014, quando publicado o decreto 8.326 da presidência da república, o órgão não precisa mais de autorização por parte do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) para realizar novos certames. Fica dependendo apenas de um parecer do órgão, no sentido de atestar as condições financeiras para as contratações.
A PF já estava nesta fase do processo quando o governo anunciou o pacote de medidas para contenção de gastos, que adiou a realização de novos concursos. Porém, a seleção continua em pauta para ocorrer no próximo ano. Segundo responsáveis pelo setor de recursos humanos, ainda aguardam um aval por parte do MPOG para que a seleção possa ser iniciada.
De acordo com o decreto 8.326, a PF pode iniciar novo concurso sempre que o quadro de pessoal contar com uma defasagem de pelo menos 5% de servidores.
Prepare-se para o concurso da Polícia Federal
Videoaulas para Polícia FederalProvas Anteriores da Polícia FederalAPOSTILA CONCURSO POLÍCIA FEDERAL - PERITO CRIMINAL
Com isto, o novo concurso deve contar com uma oferta de 558 vagas, sendo 491 para a carreira de delegado e 67 para perito. Para concorrer a perito é necessário possuir curso de nível superior em áreas específicas e para delegado, superior em direito, com pelo menos três anos de atividade jurídica ou policial, comprovados na data da posse. As remunerações iniciais para estas carreiras são de R$ 16.830,85, com jornada de 40 horas semanais.
Veja também:
Comece a estudar antes do edital da Polícia FederalAprovação depende de estudo e comprometimentoA idade ideal para prestar concursosVeja vídeo da PF sobre teste de aptidão físicaNo
último concurso da Polícia Federal para estes cargos, o preenchimento das vagas ocorreu prioritariamente nos postos de fronteira e nos Estados do
Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
Pará, Rondônia e
Roraima, permitindo a remoção de servidores que já atuam nestas localidades. Obedecida estas condições, o preenchimento pode ser feito em todos os estados, de acordo com as necessidades. As provas costumam ser aplicadas em todas as capitais e no
Distrito Federal, exceto o exame oral, que ocorre somente em Brasília (DF).
Concurso anterior da Polícia Federal
Para os dois cargos, a
PF lançou, em 2012,
edital de concurso público. Na ocasião, a banca organizadora do certame foi Cespe/UnB.
Para perito, o
concurso Polícia Federalcontou com provas objetivas e discursiva, testes de aptidão física, exame médico, avaliação psicológica e análise de títulos. A parte objetiva teve 120 itens, sendo 50 de conhecimentos básicos e 70 de conhecimentos específicos. Os aprovados em todas as fases foram submetidos a um curso de formação profissional.
No caso de delegado, o
Cespe/UnB formulou provas objetiva e discursiva, exames de aptidão física, exame médico, avaliação psicológica, análise de títulos e prova oral, além do curso de formação. A parte objetiva contou com 120 questões e a discursiva, com três questões dissertativas e elaboração de peça profissional.
Na época, o
concurso da PF apresentou mais de 80.000 inscritos. Para perito foram registrados 35.800 inscritos para a oferta de 100 vagas e para delegado, 46.633 participantes para 150 oportunidades.
Para perito, as opções foram para áreas de ciências contábeis ou econômicas, engenharia em diversas especialidades, ciências da computação, geologia, química, biomedicina, medicina, odontologia e farmácia.
5 dicas de processo penal para delegado da PF
1. Estude, desde já, para a prova oral. O concurso conta com prova objetiva, prova discursiva e prova oral. É certo que a prova oral é a última delas, porém, para que você esteja bem preparado para uma prova oral, é necessário controle total da matéria. Logo, foque no controle total, lá na prova oral mesmo. Prepare o material, fale sozinho pela casa, ensine tudo sobre tentativa para seu cachorro. Vá por mim: além de estar mirando acima da maçã, você ainda estará fazendo uso de um dos melhores métodos de estudo.
2. A prova da PF será feita pelo Cespe, que merece muitos elogios, pois monta as questões com base nas atribuições do cargo a ser provido – quem dera todas as bancas fizessem assim! Considerando que estamos falando de prova para delegado da Polícia Federal, é óbvio que vão despencar questões sobre inquérito policial, visto que a vida do delegado é tocar inquérito para frente. Para você ter uma ideia, no último concurso, das 26 questões de processo penal, 15 eram sobre inquérito policial. Essas você não pode errar!
3. Ainda com relação às atribuições do cargo, cuidado com o tema “provas”, principalmente a interceptação telefônica, um meio de prova que é recorrente em concursos públicos.
4. A Operação Lava Jato está na mídia há um bom tempo e uma de suas características mais marcantes é a presença de acordos de delação premiada. Estude este tema!
5. Existem duas “polícias” essencialmente judiciárias no Brasil: Polícia Federal e Polícia Civil. Você sabe que as atribuições da Polícia Civil (estadual) são residuais, mas gigantescas, enquanto as atribuições da Polícia Federal são especiais e bem menores. Isto segue o padrão de todos os órgãos que têm paralelos na seara estadual e federal. Tal padrão se reflete no concurso de um modo muito simples: nas provas de órgãos federais, sempre caem questões sobre suas atribuições/competências. No último concurso, foram quatro questões que tangenciaram este tema.
Rodrigo Sengik, professor de processo penal no AlfaCon Concursos Públicos
A Polícia Federal tem origem em 10 de maio de 1808, quando a Intendência-Geral de Polícia da Corte e do Estado do Brasil foi criada, por D. João VI. O órgão tinha as mesmas atribuições que tinha em Portugal. Com o decreto 6.378, de 28 de março de 1944, a antiga Polícia Civil do Distrito Federal, que funcionava no Rio de Janeiro, no governo de Getúlio Vargas, foi transformada em Departamento Federal de Segurança Pública (DFSP), subordinado ao Ministério da Justiça e Negócio Interiores. Posteriormente, em 13 de junho de 1946, com o decreto-lei 9.353, foi atribuída competência ao DFSP, em todo território nacional, para serviços de polícia marítima, área de fronteiras e apurações de diversas infrações penais.