Os pronomes demonstrativos na língua portuguesa possuem a função de indicar um ser diante do espaço e tempo, levando-se em conta as pessoas do discurso. Confira as regras de aplicação
Os pronomes demonstrativos na língua portuguesa possuem a função de indicar um ser diante do espaço e tempo, levando-se em conta as pessoas do discurso (falantes: eu, nós; ouvintes: tu, vós e de quem se fala: ele, ela, eles, elas). Os pronomes demonstrativos são: este (a) (s) e isto; esse (a) (s) e isso; aquele (a) (s) e aquilo. Existem regras que delimitam o uso desses pronomes, vamos a elas:
1) Nomes geográficos:Este (a) (s) / Isto: designam o que está próximo da pessoa que fala. Ex.: Este objeto que está aqui comigo é meu.Esse (a) (s) / Isso: designam o que está próximo da pessoa com quem se fala. Ex.: Esse objeto que está aí com você é meu.Aquele (a) (s) / Aquilo: para designar o que está distante das duas pessoas, ou seja, a que fala e a com quem se fala. Ex.: Aquele objeto que está lá na secretaria é meu.
2) Nos textos:Desenvolvimento: para iniciar, desenvolver textos e ideias usamos este (a) (s) / isto. Ex.: São estes itens que me atormentam: liderança, oportunidade, aptidão e desemprego. Retomada: para retomar trechos, ideias usamos esse (a) (s) / isso. Ex.: Liderança, oportunidade, aptidão e desemprego; são esses itens que me atormentam.
3) Posição distributiva:Este (a) (s) / Isto: para o que foi mencionado por último.Aquele (a) (s) / Aquilo: para o que foi inicialmente mencionado.Ex.: Machado de Assis e Guimarães Rosa são dois escritores reconhecidos em Nossa Língua: este (Guimarães Rosa) escreveu Sagarana; aquele (Machado de Assis), Dom Casmurro.
4) Pronomes demonstrativos “o, a, os, as”:São pronomes demonstrativos as formas “o, a, os, as” quando são substituídas nas frases por “este (a) (s), isto; esse (a) (s), isso; aquele (a) (s), aquilo. Ex.: Os (estes) que aqui estão almejam aprovação. Somos o (isto) que somos.
5) Tempo:Presente: usamos “neste (a) (s), nisto”. Ex.: Chegamos neste momento para a prova.Pretério ou futuro pouco distantes: usamos: “nesse (a) (s), nisso”. Ex.: Não dormi nada nesses dias da semana passada (passado pouco distante), mas após a alta de papai, com certeza, nesses próximos dias dormirei (futuro pouco distante) bem.Pretérito ou futuro remotos: usamos “naquele (a) (s), naquilo”. Ex.: Na década de 1920, o traje de banho era horrível; porém, naquela época, a sociedade era mais conservadora.Atenção ao uso de posto isto, isso posto ou posto isso!Na linguagem jurídica, é absolutamente comum encontrarmos a expressão “isto posto”. Ocorrem aí dois erros: 1º) O pronome “isto” refere-se a tudo quanto foi dito anteriormente, logo o correto é “isso”. 2º) O sujeito do particípio jamais poderá vir anteposto ao verbo, mas obrigatoriamente posposto, por isso a construção adequada é “posto isso”.
Bons estudos!
Sandra Ceraldi Carrasco é consultora, especialista em língua portuguesa e autora de livros e periódicos na área. Há mais de 20 anos ministra cursos e palestras com índice recorde de aprovação. Seu mais recente trabalho aborda de forma prática o Acordo Ortográfico. Atualmente é docente da Academia de Polícia de São Paulo e professora universitária. Contato: professora.sandracarrasco@uol.com.br.