Alexandre Prado, diretor do Concurso Virtual, e Irapuã Beltrão, professor do curso Ênfase, explicam como começar a se preparar para a prova de auditor-fiscal da Receita Federal. Edital sai até agosto
O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) autorizou a Receita Federal a realizar concurso público para o provimento de 278 vagas de auditor-fiscal – o pedido inicial era de 1.400 postos. A autorização foi publicada no Diário Oficial da União do último dia 19.
O edital do concurso deverá ser publicado até agosto. Com a autorização, a Receita deve iniciar os trâmites para escolha da organizadora. Sendo assim, é possível que o documento seja divulgado antes do prazo final.
Além disso, a Receita aguarda, ainda, aval do Planejamento para a solicitação de 1.600 oportunidades no cargo de analista-tributário.
CONFIRA A EDIÇÃO DIGITAL DO JC&E - CLIQUE AQUI Em ambos os casos, é exigido nível superior completo em qualquer área do conhecimento. De acordo com a tabela atual de remuneração dos servidores federais, os vencimentos são de R$ 9.171,88 para analista e de R$ 15.338,44 para auditor, valores que já incluem o benefício de auxílio-alimentação (R$ 373).
Certame recente – O último processo seletivo promovido pelo órgão para as mesmas funções aconteceu em 2012. Na ocasião, foram oferecidas 950 oportunidades, sendo 750 para analista (700 gerais e 50 para a área de informática) e 200 para auditor. Deste total, 48 postos eram para candidatos com deficiência.
O certame, organizado pela Escola de Administração Fazendária (Esaf), teve provas realizadas em todas as capitais brasileiras. Os candidatos tiveram que pagar taxas nos valores de R$ 100 (analista) ou R$ 130 (auditor).
Os exames objetivos foram compostos por 195 questões para analista e 200 para auditor, divididos em três etapas. Os candidatos aprovados nestas fases ainda realizaram exame discursivo e passaram pela etapa de sindicância de vida pregressa.
Palavra dos especialistas O Jornal dos Concursos & Empregos entrevistou Alexandre Prado, diretor do site Concurso Virtual, e Irapuã Beltrão, professor de direito tributário do curso Ênfase. Confira as dicas:
Jornal dos Concursos & Empregos – Mesmo sem a definição da organizadora do concurso da Receita Federal, o que os candidatos já podem estudar para o cargo de auditor?Alexandro Prado: Tradicionalmente, o concurso para auditor-fiscal da Receita Federal é organizado pela Esaf. Os candidatos podem, portanto, iniciar os estudos com base no último edital. Na ocasião, as disciplinas básicas (conhecimentos gerais) foram: língua portuguesa, espanhol ou inglês, raciocínio lógico-quantitativo, direito civil, direito penal, direito comercial e administração geral e pública.
Irapuã Beltrão: Os candidatos já devem sim começar a estudar, pois a definição da banca é uma questão natural nos concursos da Receita. Por ser órgão do Ministério da Fazenda, não há dúvidas de que as provas e a organização ficarão a cargo da Esaf.
JC&E – O prazo de publicação do edital termina em agosto, mas é possível que seja publicado antecipadamente. Quais matérias devem ser prioritárias para os concursandos?AP: Cada disciplina merece atenção redobrada dos concursandos, já que se trata de um concurso muito disputado e de conteúdo extenso. Além das disciplinas de conhecimentos gerais, é importante se aprofundar naquelas que normalmente não são exigidas em outros certames (comércio internacional e legislação aduaneira, por exemplo).
IB: Certamente a organizadora não deve deixar para o último momento. O candidato deve procurar fazer um estudo de todas as matérias, priorizando aquelas que possuem uma maior quantidade de questões e um peso maior, como direito tributário, contabilidade e a legislação específica.
JC&E – O último concurso foi organizado pela Esaf e o exame objetivo foi dividido em três partes, totalizando 200 questões. Como os candidatos podem se preparar melhor para esta quantidade de perguntas, distribuídas em diversas disciplinas?AP: Em um concurso tão "pesado", é essencial que os candidatos organizem uma grade diária de estudos, mas sem se prender apenas à parte teórica. Devem-se resolver muitos exercícios de cada disciplina, além de simulados específicos. Assim, os candidatos podem se preparar para o estilo de questões da banca e o "ritmo" de realização da prova.
IB: Neste concurso não tem como deixar de lado qualquer matéria. Pela quantidade de questões, pela diversidade das matérias, deve reservar tempo para ver todos os tópicos. Ainda que priorize uma matéria ou outra que tenha mais dificuldade, deve se esforçar para rever todas. Para isto, deve fazer um planejamento que separe todas as matérias.
JC&E – Quais dicas os candidatos devem seguir para o exame discursivo?AP: Antes de tudo, é fundamental que seja feita uma leitura atenta do edital. A pontuação e os critérios de avaliação são especificados lá. Atenção grande deve ser dada ao desenvolvimento da base argumentativa para sustentar a ideia central do candidato, além da cobertura de cada tópico apresentado sem que haja fuga ao tema proposto, que poderá versar sobre uma ou mais disciplinas da parte objetiva.
IB: As provas discursivas feitas pela Esaf têm se mostrado bastante conceitual. Não foram apresentados quaisquer casos concretos. Tanto na última prova, como nas provas da CVM e Susep, a Esaf apresentou perguntas bem abertas que exigiam do candidato sólida formação dos conceitos jurídicos. Devem, nas matérias de direito, procurar ler um bom livro curso, que atualize bem os fundamentos.
APOSTILA ESPECÍFICA RECEITA FEDERAL - CLIQUE AQUI
A Secretaria da Receita Federal do Brasil é um órgão específico, singular, subordinado ao Ministério da Fazenda, exercendo funções essenciais para que o Estado possa cumprir seus objetivos. É responsável pela administração dos tributos de competência da União, inclusive os previdenciários, e aqueles incidentes sobre o comércio exterior, abrangendo parte significativa das contribuições sociais do País. A Receita Federal também subsidia o Poder Executivo Federal na formulação da política tributária brasileira, previne e combate a sonegação fiscal, o contrabando, o descaminho, a pirataria, a fraude comercial, o tráfico de drogas e de animais em extinção e outros atos ilícitos relacionados ao comércio internacional.
Até 1 de janeiro de 2019 era subordinado ao Ministério da Fazenda, e a partir daí passou a ser subordinado ao novo Ministério da Economia do Governo Jair Bolsonaro.