Reforma administrativa deve ser apresentada por meio de proposta de emenda à constituição (PEC), para análise na Câmara dos Deputados e Senado Federal
Fernando Cezar Alves | fernando@jcconcursos.com.br Publicado em 07/02/2020, às 16h07 - Atualizado às 16h41
O ministro da economia, Paulo Guedes, disse, nesta sexta-feira, 7 de fevereiro, que o texto da reforma administrativa deve ser encaminhado para a Câmara dos Deputados no decorrer da próxima semana. Durante evento na Fundação Getúlio Vargas (FGV), Guedes reforçou a necessidade de rever os critérios de reajustes salariais do funcionalismo anualmente, alegando que parte dos servidores se tornaram um "parasita" que, segundo ele, "exige aumentos automáticos até mesmo quando vê que o hospedeiro está morrendo". Para ele, o funcionalismo já conta, como benefícios, com estabilidade no emprego e aposentadorias generosas.
Segundo Guedes, a expectativa é de que o texto seja aprovado de forma rápida. "O clima no Congresso é extremamente favorável", disse. "Ao contrário do nosso clima ano passado, quando nós chegamos com a Reforma da Previdência".
Porém, é preciso lembrar que os servidores já em atividade não deverão ser afetados pelas eventuais mudanças na reforma, segundo o governo.
"Hoje firmamos um pacto entre os poderes Executivo e Legislativo p/ avançar nas Reformas Administrativa e Tributária. Pautamos também os ajustes necessários p/ melhorar as contas públicas. São ações que estamos ajudando a estruturar c/ o ministro Paulo Guedes." pic.twitter.com/voPnaHBxhZ
— Guilherme Afif (@guilherme_afif) January 30, 2020
Um dos principais pontos da reforma diz respeito à estabilidade do servidor público. O Ministério da Economia pretende estabelecer prazos diferenciados por carreiras para que seja garantida a estabilidade. Porém, isto não deve contar para as chamadas carreiras típicas de estado, como policiais, professores e fiscais, bem como para os servidores já em atividade no funcionalismo, como um todo.
De acordo com o ministro da economia, a intenção é de que os novos aprovados em concursos públicos sejam submetidos por “filtros de meritocracia”. No caso, por exemplo, dos policiais federais, os servidores deverão trabalhar de três a quatro anos para atingir a estabilidade. Já na área administrativa poderão ser necessários de 10 a 15 anos para a efetivação.
Outras mudanças em pauta são a redução do número de carreiras do Executivo de 117 para aproximadamente 30, alterações nas tabelas de remuneração para que fiquem mais próximas ao setor privado, reestruturação das progressões para que o servidor somente atinja o teto salarial em final de carreira, extinguir a progressão automática por tempo de serviço e maior rigor na fase de estágio probatório.
No entanto, de acordo com o secretário especial adjunto de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Gleisson Rubin, para algumas carreiras não deve haver alterações em termos de estabilidade, que deverá ser concedida “apenas a carreiras consideradas sensíveis ou sujeitas a pressões, como auditores fiscais, auditores do trabalho e diplomatas. Funções de caráter instrumental e administrativo perderiam esse direito (de estabilidade garantida)”.
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