Número de vagas em 2016 e no primeiro trimestre de 2017 prova que os concursos continuam sendo abertos em todo o país. Somente neste ano foram lançadas mais de 60 mil oportunidades
Em setembro de 2015, a então presidente da República, Dilma Rousseff, anunciou uma medida econômica que mexeu com mundo dos concurseiros: a suspensão de
concursos públicos. Não demorou para aparecerem os pessimistas de plantão apontando que não haveria mais seleções no país.
Os boatos "apocalípticos" sobre os concursos não passavam de especulações, isso porque eles se esqueceram que o país precisa de mão-de-obra para funcionar e ano após ano os órgãos se encontram com os seus quadros mais defasados. Outro detalhe é que a presidente disse apenas que "suspensão" seria para algumas seleções federais, sendo que ficariam por fora dessa medida os concursos municipais, estaduais, dos tribunal e os das estatais (como Correios, Petrobras e Banco do Brasil).
De acordo com um
levantamento exclusivo realizado pelo JC – com base nas publicações oriundas da cobertura de seleções em todo o país – foram abertos 1.988 concursos ao longo de 2016. Ao todo, eles somaram nada menos que 249.053 oportunidades, o que gera uma média de pelo menos 682 vagas por dia!
Não é à toa que, ainda segundo o levantamento do JC, apenas no primeiro trimestre de 2017, já foram abertos 355 concursos, que somam 40.472 vagas em todas as esferas, em uma média de 449 vagas por dia – isso sem contar, por exemplo, as
mais de 26 mil vagas lançadas pelo IBGE. Se estas oportunidades forem somadas, o número chega a 66.495, ou seja, uma média de 738 vagas por dia. E para completar este número, hoje há nada menos do que 36.000
vagas com inscrições abertas no país!
Essa é maior prova de que estavam furadas as previsões pessimistas que surgiram com o anúncio da medida de Dilma Rousseff, bem como todas aquelas que voltaram a ser jogadas ao vento após a recente aprovação, por parte do atual presidente Michel Temer, do Projeto de Lei 4.302/98, que prevê a liberação da terceirização irrestrita no país e que também trouxe uma
falsa perspectiva negativa com relação ao futuro dos concursos.
Números como esses deixam claro que, independente de ajustes e reformas, a máquina pública não pode parar, e é por isso que
concursos não vão parar de ser publicados, satisfazendo as expectativas dos otimistas e fazendo os mais pessimistas continuarem “pagando com a língua”, como diz o termo popular.
Quem desconfiou das previsões pessimistas se deu muito bem, pois continuou focado nos estudos e pôde ver a abertura de grandes seleções, como a da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e do Ministério da Saúde, que vieram para evidenciar a insustentabilidade da medida; fora as centenas de editais que continuaram sendo publicados por órgãos estaduais e municipais.