Contratação da Cesgranrio é questionada, mas segundo órgão, provas estão mantidas para 28 de novembro.
Redação Publicado em 19/10/2010, às 10h52
Novamente a realização do concurso dos Correios é envolvida em polêmica. Dessa vez, uma liminar proferida pelo Juiz Federal substituto Paulo Ricardo de Souza Cruz, da 5ª Vara da Justiça Federal de Brasília suspendeu a contratação da Cesgranrio como empresa organizadora das provas.
A informação foi divulgada pela ECT no início da noite de ontem (18). O concurso foi aberto sem a contratação prévia da empresa organizadora, que foi definida somente em julho deste ano após dispensa de licitação obtida pelos Correios junto ao TCU (Tribunal de Contas da União).
Em agosto, após oito meses de indefinições sobre a data de aplicação do exame, os Correios confirmaram a data de realização das provas em todo o país para o dia 28 de novembro (domingo), em locais e horários que seriam divulgados na próxima semana.
Segundo a assessoria de imprensa do órgão estão sendo tomadas as providências cabíveis para a continuidade do processo de seleção, ficando mantido o cronograma do concurso, que prevê a aplicação da prova no mês que vem, simultaneamente, em mais de 500 cidades com duração de quatro horas.
Saiba mais:
O controverso concurso foi lançado em dezembro de 2009, tendo em vista preencher 6.565 oportunidades e atraiu mais de 1,06 milhão de candidatos em todo o Brasil.
Os candidatos vão concorrer a 5.344 chances de carteiro, 521 de atendente, 200 de operador de triagem e transbordo e 500 de analistas de nível superior, em vagas de início imediato e formação de cadastro reserva.
Os salários variam de R$ 706,48 a R$ 3.108,37.
Desde a abertura das inscrições, em 28 de dezembro, até o prazo final, em 19 de fevereiro, foram contabilizadas 1.064.209 inscritos, sendo 561.546 concorrentes somente para o cargo de carteiro.
O número registra a maior quantidade de candidatos da história dos concursos realizados pelo órgão, em função da unificação das regionais para a realização do processo de seleção.
Maysa Correa
Veja também:
Fundação Casa/SP: começam inscrições para 468 vagas
Os Correios tiveram sua origem no Brasil em 25 de janeiro de 1663, com a criação do Correio-Mor no Rio de Janeiro, então capital da Colônia. Em 1931 o decreto 20.859, de 26 de dezembro de 1931 funde a Diretoria Geral dos Correios com a Repartição Geral dos Telégrafos e cria o Departamento dos Correios e Telégrafos. A ECT foi criada a 20 de março de 1969, como empresa pública vinculada ao Ministério das Comunicações mediante a transformação da autarquia federal que era, então, Departamento de Correios e Telégrafos (DCT). Nos anos que se seguiram, vários serviços foram sendo incorporados ao portfólio da empresa.
Além dos tradicionais serviços de cartas, malotes, selos e telegramas, entre os novos serviços podem ser destacados os pertencentes à família Sedex, serviço de encomendas expressas. Impulsionados pelas mudanças tecnológicas, econômicas e sociais, os Correios iniciaram em 2011 um profundo processo de modernização. Com a sanção da Lei 12.490/11, a empresa teve seu campo de atuação ampliado e foi dotada de ferramentas modernas de gestão corporativa para enfrentar a concorrência. Com a nova lei, os Correios podem atuar no exterior e nos segmentos postais de serviços eletrônicos, financeiros e de logística integrada; constituir subsidiárias, adquirir controle ou participação acionária em empresas já estabelecidas e firmar parcerias comerciais que agreguem valor a sua marca e a sua rede de atendimento.
Ao todo são mais de cem produtos e serviços oferecidos pela maior empregadora do Brasil (no início de 2008 com mais de 109 mil empregados próprios, além dos terceirizados), sendo a única empresa a estar presente em todos os municípios do país, com uma vasta rede de unidades próprias e franqueadas. Diversos dos produtos e serviços da ECT podem ainda ser adquiridos pela internet.