"A cada concurso prestado, me sinto mais confiante para o próximo”.
Redação Publicado em 03/06/2011, às 15h47
Tímido, feição tranquila, estudioso e de uma frieza impressionante para se planejar e conquistar seus objetivos. Esse é o perfil de Juarez Mota, paulistano, 33 anos e economista formado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Foram oito concursos prestados até sua primeira aprovação em 232° no cargo de auxiliar no Tribunal de Contas de São Paulo, em 2005.
Juarez sabe que para um concurseiro conquistar um espaço exige muita determinação e força de vontade. “Estudava depois do trabalho em cursinhos por cerca de três a quatro horas diárias, mais uma hora de questões simuladas em casa. Aos finais de semana aproveitava para estudar por pelo menos umas cinco horas no sábado. É importante porque se acumula conhecimento”, conta Mota.
“Eu sempre prefiro estudar sozinho, acho que minha concentração melhora. Mas é claro que isso varia de candidato para candidato. Eu encontrei a melhor forma pra mim. Fiz cursinho mais para tirar dúvidas”, diz. Juarez explica que os estudos foram em duas fases. “Estudei um período, me habilitei, mas depois optei por assumir um cargo em comissão na Prefeitura de São Paulo, onde trabalhei com o Atlas do Trabalho e Desenvolvimento da Cidade por dois anos e meio. Quando um novo momento chegou, retomei os estudos. Essa pausa foi importante pra mim, e o aprendizado nunca perdemos, só acumulamos”, relata.
Diferente da grande maioria dos concurseiros, o economista consegue controlar bem sua ansiedade e espera o momento certo para se candidatar. “O cargo que apareceu é muito novo, mas surgiu e vi uma boa oportunidade naquele momento. As disciplinas do concurso já eram o foco da minha maior atenção cotidiana no trabalho e isso foi uma das coisas que mais me interessaram, pois imaginei que facilitaria os estudos. Sempre pensei que há épocas certas para prestar concursos. Quanto mais tranquilo, confiante e preparado, melhor”, afirma.
Mota destaca que se apegar ao cargo conquistado pode atrapalhar ou fazer com que as pessoas deixem novas oportunidades escaparem. “Na verdade, não trato uma vaga como um sonho realizado, pois tenho muitos objetivos, e naquele momento eu tinha que cumprir esta etapa. Muito bem, consegui, porém ainda há muito por vir. Talvez outros concursos ou servindo em outras condições. O que tenho certeza é que gosto de estar no governo”, explica.
Foi com esta determinação que, em 2009, Juarez alcançou sua mais nova conquista. O cargo de analista em planejamento, orçamento e finanças públicas (Apof) na Secretaria de Economia e Planejamento do Governo de São Paulo. Desde janeiro de 2010 exercendo a função, o economista conta que o lazer durante o processo foi fundamental. “Mantive meus hábitos de sair, embora com menos frequência, e continuei a praticar um esporte”, diz Mota, que revela o automobilismo como uma de suas paixões esportivas.
“Não podemos parar completamente para dedicar-nos aos estudos. O homem não é uma máquina, e a mente precisa de descanso. Sempre que podia, aproveitava para praticar o que mais gosto desde criança, que é pilotar kart. Foi uma forma que encontrei de equilíbrio entre os estudos e o lazer”, completa.
Como é de praxe na vida dos concursandos, o fato de não ser aprovado em um concurso não significa, necessariamente, que tudo está perdido. “Dificilmente você vai passar de cara, e na vida do concursando você precisa acumular conteúdo por algum tempo, além de aprender a gerenciar a prova. Pode até ser feito com simulados em casa ou nos cursinhos, mas a pressão do dia é diferente. Por isso, os primeiros exames servem como experiência e trazem paciência para os seguintes. A cada concurso prestado, me sinto mais confiante para o próximo”, comenta.
Quem pensa que Juarez chegou onde queria está enganado. O economista aproveita a tranquilidade dos cargos conquistados para se preparar e alcançar novos objetivos. “A sensação é de alívio por ganhar um tempo para planejar os próximos passos. Não posso falar que fiquei hiper feliz, pois eu nunca me empolgo demais com nada. Acredito que o cargo tenha potencial e ficarei algum tempo, mas sem dúvida vou lutar até conseguir outros cargos. Sou bem tranquilo em relação a isso, e sei que vou chegar lá”, finaliza o confiante Juarez.
Douglas Terenciano
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