Nos próximos anos, perfis comportamentais indicarão as oportunidades de emprego
Redação Publicado em 25/11/2010, às 10h36
O que você vai ser quando crescer? Diferentemente de quando era uma criança e inventava profissões ao responder a essa pergunta, agora é hora de imergir para a carreira que pretende seguir assim que passar no vestibular.
A escolha você já fez, ao optar pelo curso pelo qual vai prestar a Fuvest 2011. Mas será que a profissão com a qual se identifica está entre as que terão papel importante no futuro?
Se ela está associada a alguma tendência, é bem provável que quando termine a graduação encontre boas chances de trabalho, até mesmo para tornar realidade um empreendimento próprio.
Conheça as perspectivas para os próximos anos, baseada na visão do psicoterapeuta e especialista em psicologia educacional, Leo Fraiman.
1) Avanço das mulheres em atividade profissional
Indicadores da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2005, realizada pelo IBGE, revelam que de um total de 87.089.976 pessoas ocupadas, 46,4% (36.653.748) eram mulheres.
Em 2009, de acordo com o estudo, a participação do público feminino saltou para 46,8% (39 milhões e 493 mil), representando 43,9% da população economicamente ativa.
Mesmo com um salário 30% menor em comparação ao dos homens, dados como esses mostram que a mulher está ganhando espaço no mercado de trabalho.
Abrem-se, então, portas para as carreiras de arquitetura e urbanismo, cinema e vídeo, desenho industrial, design de interiores, direito, economia doméstica, educação física, hotelaria, marketing, moda, nutrição, produção cultural, publicidade e propaganda, turismo e também às associadas à beleza.
2) Mercado do luxo
O setor de produtos com alto grau de qualidade, sofisticação e status fomenta hoje cerca de dez empregos a cada bem produzido.
E esse número tende a aumentar. De acordo com o estudo “Panorama do Luxo no Brasil em 2010”, conduzido pela MCF Consultoria e pela GFK Brasil, a expectativa de crescimento para este ano é de 22%. A perspectiva também é animadora para o futuro. “Os próximos 10 anos ainda serão marcados por um período forte de crescimento e expansão do consumo de luxo”, anuncia a pesquisa.
Ramos em evidência: beleza e saúde, engenharia naval, engenharia industrial, fotografia, gastronomia, hotelaria, marketing, medicina veterinária, moda, psicologia, publicidade e propaganda, relações públicas, turismo.
3) Tecnologia da informação
“O Brasil tem o oitavo maior mercado interno de tecnologia da informação do mundo e, somado a comunicações, representa 8,3% do PIB nacional, com faturamento de US$ 140 bilhões. O mercado mundial de software e serviços de TI gera US$ 1,4 trilhões, mas em 2020 serão mais de US$ 3 trilhões”. Essa é a opinião do presidente da BRASCOM (Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação) disponibilizada no portal da entidade de classe sobre a evolução esperada para TI. Mas para suprir a demanda do mercado, o profissional precisará ter conhecimentos amplos e criatividade.
Profissões: ciências da computação, gestão da informação, segurança da informação, tecnologia da informação.
4) Terceira idade
Com o envelhecimento da população e a expectativa de se chegar a 2030 com o número de idosos igualado ao de adultos e crianças, a terceira idade merece ainda mais atenção.
Já se fala, inclusive, em 4ª idade, a preparação para uma nova vida.
Áreas promissoras: beleza e saúde, ciências biológicas, ciências da computação, enfermagem, farmácia, fonoaudiologia, geriatria, gerontologia, hotelaria, medicina, nutrição, odontologia, psicologia, terapia ocupacional, turismo.
5) Concursos
A previsão é que sejam abertas um milhão de vagas até 2015, com salários de R$ 7 mil, aproximadamente, para candidatos com nível superior. Só em 2010 estima-se que 10 milhões de pessoas participem de seleções para ingressar na carreira pública. Oportunidades em todas as profissões.
6) Agronegócio
O setor da economia denominado agribusiness está crescendo vertiginosamente no país. Utilizando o mês de março como comparação, em 2005 o volume exportado, segundo informações do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), era de 257,58 toneladas. Hoje, o índice já registra uma alta de 16,6%, chegando a 300,34 toneladas.
“No período de 2002 a 2008, a elevação dos preços das commodities exportadas pelo Brasil promoveu uma grande retomada do crescimento, com uma enorme contribuição do agronegócio”, analisa Eduardo Pocetti, CEO da BDO no Brasil.
Porém, o profissional que quer ingressar nesse mercado precisa ter interesse por ciências agrárias, economia, gestão e negócios, além de possuir o empreendedorismo como uma das principais características e de buscar atualização constante para ser completo na função.
“Ele deve conciliar conhecimentos de exatas e ciências biológicas e se dispor a trabalhar em contato direto com o ecossistema florestal”, revela o “Profissões 2010”, guia desenvolvido pelo CIEE para ajudar os jovens na escolha da carreira.
Destaque para: administração rural, agronomia, engenharia agrícola, engenharia florestal, engenharia de horticultura, medicina veterinária, tecnologia de laticínios, zootecnia.
7) Meio ambiente
A preocupação com o meio ambiente e com a eminente escassez dos recursos naturais amplia a consciência da população e, ao mesmo tempo, gera empregos para os profissionais que querem se dedicar ao estudo e conservação ambiental ou que terão de buscar conhecimentos técnicos para destacar a empresa pela responsabilidade ambiental, uma vez que cresce o número de consumidores que escolhem produtos em acordo com esse compromisso.
Formação em: ciências da natureza, ecologia, educador em geociências e meio ambiente, engenharia ambiental, engenharia florestal, geografia, geologia, gestão ambiental, jornalismo, marketing, naturologia aplicada, oceanografia, publicidade e propaganda.
8) Risco e segurança
Abrange desde a invasão de um computador até os traumas causados por sequestros relâmpagos e assaltos.
Carreiras: analista de sistemas, economistas, especialistas em segurança pública, oficiais do exército, psicólogos especializados em trauma, policiais.
9) Docência corporativa e multimídia
Repensar a distância entre a educação formal e as habilidades necessárias para o mercado mutável do trabalho. Essa é a proposta da educação corporativa. “Essa foi a maneira encontrada de moldar o perfil do trabalhador às necessidades de cada empresa e, mais do que isso, de incentivar esses trabalhadores a se aperfeiçoarem, não só em conteúdos e procedimentos industriais, mas em competências específicas.”, defende o analista de comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, André Fábio de Souza, na obra “O Futuro da Indústria: Educação Corporativa – Reflexões e Práticas”.
Surgidas no final do século XX, as universidades corporativas somam cerca de 250 unidades no Brasil. O campo de atuação é vasto e engloba todas as carreiras associadas a administração, tecnologia e área comercial.
10) Infraestrutura e serviços básicos
Em 2014, o Brasil sediará a Copa do Mundo. Dois anos depois, também no Rio de Janeiro, será a vez das Olimpíadas. Para que o país seja lembrado positivamente como organizador de eventos importantes como esses, além de estádios modernos e equipados, é preciso investir na força de trabalho. “Sem gente para gerir, integrar e combinar tudo isso com a premência dos acontecimentos esportivos não há como acreditar que realizaremos um ótimo trabalho”, argumenta o presidente da Trevisan Gestão do Esporte, Fernando Trevisan.
Para ele, a expectativa de abertura de vagas é alta, o que requer qualificação. “De acordo com o Governo Federal, teremos que qualificar cerca de 300 mil profissionais no Brasil somente para a Copa de 2014”, informa.
Áreas em evidência: administração, administração pública, arquitetura e urbanismo, artes plásticas, audiovisual, beleza e saúde, cinema e vídeo, dança, economia, engenharia civil, engenharia, esporte, física, fotografia, gastronomia, geografia, gestão ambiental, hotelaria, jornalismo, letras, marketing, medicina, moda, museologia, odontologia, produção cultural, publicidade e propaganda, quiropraxia, rádio e TV, relações internacionais, relações públicas, segurança pública, tradução e interpretação, turismo, vendas.
11) Solteiros(as) sem filhos
Em 2006 havia seis milhões de pessoas vivendo sozinhas e 8,6 milhões de casais sem filhos. A estimativa para 2016 é que esses números sejam elevados, respectivamente, para 12 e 16 milhões.
Atividades com projeção positiva: comércio, beleza e saúde, dança, direito, engenharia civil, gastronomia, marketing, publicidade e propaganda, psicologia, turismo.
12) Ascensão da classe C
Trinta e cinco milhões subiram das classes D e E para a C em 2010, o que significa um aumento do poder de compra e da participação no cenário nacional, que já chega a 46% da renda brasileira.
Mercado para: construção civil, direito, engenharia civil, engenharia industrial, hotelaria, marketing, moda, publicidade e propaganda, programação de games, turismo, vendas.
13) Mercado GLS
Atualmente existem 18 milhões de gays, sendo que 40% estão na cidade de São Paulo. 36% pertencem à classe A e 47% são da classe B. 57% deles têm nível superior. São pessoas exigentes que procuram produtos diferenciados e têm os mais diversos interesses, passando por diversão, entretenimento, cultura, esporte, viagens e alimentação.
Profissões: arquitetura e urbanismo, ciências da atividade física, comércio em geral, educação física, gastronomia, hotelaria, jornalismo, marketing, moda, publicidade e propaganda, turismo.
Pâmela Lee Hamer
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