Apenas 25% da população LGBTQIA+ conseguiu emprego formal em 2023, revela estudo

Estudo do Fundo Positivo e Instituto Matizes revela que apenas 25% da população LGBTQIA+ conseguiu emprego formal em 2023, destacando desafios e iniciativas para inclusão econômica

Victor Meira   Publicado em 03/09/2024, às 11h31

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Um estudo realizado pelo Fundo Positivo e pelo Instituto Matizes, com o apoio da Wellspring Philanthropic Fund (WPF), revelou que apenas 25% da população LGBTQIA+ no Brasil conseguiu um emprego formal em 2023. 

O levantamento, intitulado “Inclusão Econômica e Geração de Renda da População LGBTQIA+ no Brasil: Desafios, Iniciativas e Financiamentos”, foi conduzido entre 2023 e 2024 e oferece uma perspectiva das barreiras enfrentadas por essa comunidade no mercado de trabalho e no empreendedorismo.

A pesquisa destaca que apenas uma em cada quatro pessoas LGBTQIA+ conseguiu um emprego com carteira assinada em 2023. Além disso, apenas 25% dos participantes captados por organizações que desenvolvem ações de empregabilidade ou geração de renda conseguem manter um emprego formal ou sustentar um empreendimento por mais de 12 meses.

Os dados mostram que 63% dos projetos direcionados à geração de emprego e renda para a população LGBTQIA+ foram realizados entre 2021 e 2023. No entanto, o mercado de trabalho formal ainda tem dificuldades para absorver essa mão de obra qualificada. 

A sustentabilidade financeira dos projetos também é um ponto crítico, com 69,2% das organizações relatando dificuldades em captar recursos e quase metade nunca tendo recebido apoio financeiro.

Foco na população trans

As iniciativas de inclusão econômica dão prioridade à população trans, que enfrenta altos índices de exclusão econômica devido ao preconceito. O estudo revela que 51% dos projetos atendem mulheres trans, 49% travestis e 39% homens trans. 

Apesar dos desafios, há um movimento de projetos de inclusão econômica liderados pela própria comunidade LGBTQIA+, focados principalmente em treinamento profissional e cursos de empreendedorismo.

Principais desafios

Entre os principais desafios para a inserção dessa comunidade na economia, 45,2% das organizações apontam a falta de apoio governamental e 42,3% ressaltam a necessidade de maior engajamento da iniciativa privada. 

O surgimento de novas vagas afirmativas e a implementação de políticas inclusivas são mencionadas como estratégias com efeito positivo para a inclusão econômica da população LGBTQIA+ no mercado formal.

Somente 30,4% dos projetos voltados para a inclusão econômica e produtiva da população LGBTQIA+ são financiados por editais do poder público. A iniciativa privada financia 49,3% desses projetos, enquanto 29% são representados por captações e doações de empresas e organizações sociais.

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