Artigo do professor Edison Andrades.
Redação Publicado em 13/02/2012, às 10h18
Talvez muitos já tenham participado da dinâmica do quadrado, ela desafia os participantes a fazerem um “X” dentro de um quadrado, sem levantar a caneta do papel. A grande preocupação das pessoas, nesse exercício, é fazer isso sem sair do quadrado. O fato é que ninguém os impede de sair, mas, de forma mecânica e sistemática, poucos ousam fazê-lo.
Percebo que algumas organizações ainda não conseguem incentivar seus colaboradores a ousar (sair do quadrado), ir mais além de sua simples função. Isso ocorre devido a um problema clássico, cuja origem está na área de treinamento e desenvolvimento: erroneamente, o treinamento é baseado na função. Obviamente, todos devem ser treinados tecnicamente para que exerçam suas funções de forma eficaz, mas ainda sinto falta do investimento nos talentos potenciais, ou seja, naquilo que o colaborador ainda não realiza, mas poderia realizar.
Isso só é possível quando a empresa oferece um ambiente de oportunidade e liberdade, permitindo o desenvolvimento desses potenciais. Por isso, hoje, fala-se tanto sobre o tal “apagão de mão-de-obra qualificada”. Compreendemos o sentido dessa expressão, observando a situação das empresas, que contratam “mãos” e, após uma série de treinamentos, tem como resultado apenas mãos com um pouco mais de destreza. Sendo que a qualificação profissional não está só nas habilidades, mas no conhecimento e nas atitudes das pessoas.
Existe também uma limitação por parte das pessoas. Por vezes, a empresa permite a ousadia e até incentiva a criatividade e inovação, mas o sujeito se limita a fazer somente o que sempre fez (não sai do quadrado). Alguns até reclamam da falta de oportunidade, mas parecem não enxergar que poderiam ir além. Ainda não se tem uma conclusão definitiva sobre qual seria o motivo que leva algumas pessoas a não conseguirem se desprender da “mesmice”, mas o fato é que se acostumaram a uma rotina e não se mobilizam no sentido de sair dela.
Toda organização é um grande quadrado, pois traz uma atmosfera limítrofe e apresenta barreiras, que impedem o colaborador de fazer tudo que gostaria, mas esse quadrado maior abriga vários outros “quadradinhos” que, na prática, correspondem a cada profissional. Portanto sempre existirá um espaço para o crescimento, a ser aproveitado pelo quadrado menor, uma lacuna que só termina nos limites do grande quadrado; isso significa que há um campo de atuação a ser explorado, geralmente habitado por poucos.
Saiba que, se você realizar apenas o básico, nada mais do que aquilo que foi contratado para fazer, talvez não perca seu emprego, pois encontrará muitos com a mesma atitude, já que é essa a posição mais cômoda. Entretanto não reclame se obtiver os mesmos resultados da maioria. Sair do quadrado exige maior sacrifício, em contrapartida, traz maiores recompensas. As melhores recompensas estão sempre fora do quadrado!
Prof. Edison Andrades é sócio da Reciclare Consultoria & Treinamento. Site: www.reciclareconsultoria.com.br E-mail: edison@reciclareconsultoria.com.br