Artigo do professor Edison Andrades.
Redação Publicado em 27/03/2012, às 09h27
Imagine que você levou anos para subir numa árvore. No começo, havia espinhos, ocorreram deslizes que exigiram muita força física e intelectual para serem superados. Hoje, você já conquistou, nessa árvore, uma posição confortável e dificilmente cairá, pois, embora não tenha chegado ao topo, já está seguro. O fato é que, por ter subido um pouco, você possui, hoje, outro ângulo de visão em relação às demais árvores existentes na floresta e percebe, bem próxima a sua, uma grande árvore que lhe parece muito mais atraente e frutífera. Você poderia migrar para lá! Mas como? Vamos a alguns caminhos que alguém, nessa situação, poderia tomar.
A reação mais comum seria ficar onde está. A muitos, falta coragem suficiente para lançar-se até a árvore vizinha, e então o indivíduo ficará apenas contemplando toda felicidade que, segundo sua ótica, há na árvore vizinha.
Alguns decidem pular para a outra árvore. Se você conseguir essa façanha, irá se fixar num nível muito semelhante ao que possui hoje, mas há um grande risco de cair no chão.
Outros escolhem descer de sua árvore e começar a subir na outra. Isso, para muitos, seria regredir, mas pode ser uma das decisões mais sensatas quando o assunto é mudança de carreira. Pense que descer alguns degraus para trilhar um caminho em outra área pode trazer bons frutos.
Lembro quando decidi pôr fim a minha vida de solteiro, imaginei: acabou o desgaste causado pelo grande deslocamento feito para ir ao encontro de minha amada; acabou a vida solitária em madrugadas frias; os lanches fora de hora; os sonhos sonhados em monólogo. O que eu não percebia é que acabara de nascer um homem de família, logo pai de dois filhos e provedor do sustento daquele lar; responsável pela segurança, conforto e bem-estar daqueles que surgiam a partir de mim. Quando pensamos que algo acabou, não podemos esquecer que algo está começando!
Encontro ex-alunos que acabaram de se formar e, ao comemorarmos juntos, corriqueiramente, ouço a seguinte frase: “Ufa, professor, acabou!” Como me sinto ainda parte integrante daquele discente, expresso o seguinte: “Não, amigo. Agora é que começa!”. Para conquistarmos coisas novas, provavelmente, perderemos outras. Pense na perda como um ganho futuro, perseguir uma aspiração que promete ganhos a longo prazo, inevitavelmente, trará perdas a curto prazo.
Se quisermos conquistas novas, devemos encarar a “morte” das velhas coisas. Se não houver coragem para correr riscos e arcar com perdas, raramente haverá ousadia para buscar ganhos. Estarei prestigiando uma de minhas turmas de graduação em sua formatura, na próxima semana. Sei que perderam muitas noites de sono, descanso e lazer para chegarem onde estão. Sei que muitos alimentam a ilusão de que acabou. Outros nutrem o desejo de mudar de árvore. Mas sei também que alguns estão cientes de que agora é o início. Seja qual for a sua história, sugiro que diga: VALEU DEMAIS!
Prof. Edison Andrades é palestrante e sócio da Reciclare Consultoria e Treinamento.
Site: www.reciclareconsultoria.com.br ; e-mail: edison@reciclareconsultoria.com.br