Artigo do professor Edison Andrades.
Edison Andrades Publicado em 07/04/2015, às 16h43
Dois mil e quinze é um ano muito estranho. Estranheza que vem, sobretudo, dessa instabilidade que vivemos na política, economia e consequentemente na gestão pública, a qual atinge nós todos. Cada dia, uma surpresa nos jornais. Tanto descaramento e corrupção que parecem piadas. E são! Mas piadas de extremo mau gosto. O fato é que tudo isso vai desencadeando um emaranhado de consequências, as quais exigem, de cada trabalhador, mais e mais criatividade para ir driblando as “ondas” das dificuldades.
Preços que aumentam, impostos que nos sugam, falta de administração hídrica, epidemias assolando um país que já não tinha um sistema de saúde básico. Programas educacionais sob ameaça de paralização, professores fora da escola, alunos penalizados. Polícia Federal caçando e... “achando”. Receita Federal nos caçando e sendo caçada (malha fina para eles também!). Para uns, a coisa vai mal. Para outros, é a hora de se reinventar.
Para traduzir o que vivemos nesse momento, recorro a uma história muito interessante sobre o salto olímpico em altura: até 1968, o salto em altura, praticado pelos atletas da época, era realizado de frente, ou seja, o competidor saltava contra a barra, jogando-se como um peixe. Outros apelavam por jogar as pernas (em tesoura) primeiro e, na sequência, tentar passar o corpo sem esbarrar. Obviamente, como tudo na vida, a régua vai subindo. Novos recordes foram surgindo e, com esses, as dificuldades para aqueles que se limitavam a saltar de forma convencional.
Eis que surge um garoto americano chamado Richard Dick Douglas Fosbury, decidido a mudar a forma de saltar. Já nos jogos olímpicos de 1968, na cidade do México, ele estreou sua nova técnica saltando 2,24m, conquistando a medalha de ouro. Até hoje o estilo “Fosbury Flop” é adotado por atletas no mundo todo. Essa técnica consiste em saltar de costas, proporcionando melhor impulso. Inacreditável para a época. Mas Dick Fosbury só se tornou capaz de inovar porque percebeu que os demais competidores ainda estavam presos a métodos comuns e já superados, que é exatamente o que estamos vivendo hoje.
Saiba que, enquanto muitos estão com o foco nas dificuldades, você pode transferi-lo para a solução. Mas, para isso, não podemos “saltar” como todos, devemos buscar algo que supere. Por vezes, isso está mais ao nosso alcance do que podemos imaginar! Será que aquilo que você já executa há anos não pode ser realizado de uma forma mais eficiente e ousada? Dick Fosbury nos deixa uma lição ao afirmar: “Quando meus adversários esgotaram os limites de saltar com as pernas, saltei com o cérebro!”. É tempo de saltarmos com o cérebro! Pense nisso.
Prof. Edison Andrades é escritor, palestrante e sócio da Reciclare Treinamento. www.facebook.com/professor.edison.andrades