Especialista em felicidade explica que dia de folga aliado ao descanso pode aumentar a produtividade e engajar mais os colaboradores
Douglas Terenciano Publicado em 15/06/2023, às 13h12 - Atualizado às 13h45
Com grandes resultados no continente europeu, a proposta da redução da jornada de trabalho para quatro dias, sem a redução de salários, pode ser, em breve, importada para a realidade brasileira. O modelo também ficou conhecido pelo princípio ‘100-80-100’ onde o funcionário continua a receber o seu salário sem nenhum tipo de desconto, trabalhando apenas 80% da carga horária original, mas mantendo 100% da produtividade.
Durante a segunda metade de 2022, 61 empresas do Reino Unido passaram por uma espécie de ‘teste drive’ da ideia no que foi o maior teste global da iniciativa de quatro dias de trabalho, envolvendo cerca de 2900 funcionários. Essa reavaliação da jornada de trabalho promete, além claro de mais tempo livre e bem-estar, proteger o meio ambiente e ajudar a reduzir o desemprego no país.
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O programa piloto foi um sucesso em solo britânico. 91% das 61 empresas participantes demonstraram interesse em manter o modelo. Além disso, o teste prático ainda trouxe um aumento nas receitas de 35%.
Outro país que experimenta essa ideia é Portugal. O país se juntou a outras nações europeias e aos Estados Unidos para testar a implementação deste novo modelo durante o segundo semestre de 2023. Os lusitanos aparecem na terceira posição do ranking mundial das maiores jornadas de trabalho dentre as nações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Outro dado importante nessa questão é que 70% dos portugueses trabalham mais do que 40 horas semanais.
Ainda em 2023, o Brasil também deve dar seus primeiros passos para testar a nova iniciativa. O experimento está programado para começar em novembro, com duração de cerca de seis meses até abril de 2024. A expectativa é que de 30 a 40 empresas participem do programa.
Segundo Sérgio Amad, profissional com mais de 18 anos de experiência na área de Recursos Humanos, especialista em felicidade e neurociência e fundador da Fiter, primeira organização brasileira a utilizar neurociência aplicada e algoritmos na gestão de pessoas, essa tendência, além de trazer mais produtividade para as empresas, contribui também para a saúde mental dos colaboradores.
“Quando você aumenta a taxa de descanso e lazer, você também aumenta a taxa de serotonina no cérebro, que é o hormônio da felicidade. Se esse dia ‘off’ for aliado a uma boa noite de sono e alguma prática ou hábito saudável, os ganhos são ainda maiores. Fazer um exercício, por exemplo, causa produção de dopamina e endorfina, e pode aumentar ainda mais a sensação de felicidade e melhorar a saúde mental, aumentando também a produtividade da pessoa nos outros dias da semana”, finaliza o especialista.
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