Dados da pesquisa "Hopes and Fears 2023" da PwC indicam que profissionais no Brasil estão considerando a troca de emprego por questões como sobrecarga e financeiros
Victor Meira Publicado em 26/09/2023, às 12h12
De acordo com a pesquisa "Hopes and Fears 2023" conduzida pela PwC, profissionais brasileiros estão considerando a possibilidade de trocar de emprego nos próximos doze meses.
O estudo, que contou com a participação de mais de 54 mil pessoas em 46 países, incluindo o Brasil com mais de 1000 entrevistados, revelou que a geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) representa 31% dos entrevistados, seguida pela geração X (nascidos entre 1964 e 1979) com 27%, e, por fim, a geração Y (nascidos entre 1980 e a primeira parte de 1990) com 25%.
As razões para essa vontade de trocar de emprego são principalmente a sensação de "sobrecarga" (44%) e as dificuldades financeiras (38%). A pesquisa também apontou que 21% dos brasileiros estão enfrentando desafios para arcar com suas despesas, e 39% afirmaram que, após o pagamento das contas, restava muito pouco ou nada de receita disponível.
Para Alex Araujo, CEO da 4Life Prime, esses números refletem um mercado de trabalho saturado, que cada vez mais exige resultados e metas, colocando em risco a saúde mental dos colaboradores. O número de profissionais estressados e com burnout atingiu níveis sem precedentes nos últimos anos. Há uma urgência em equilibrar compromissos, melhorar a qualidade de vida dos colaboradores e cultivar a fidelidade à empresa.
O estudo ressalta a necessidade de as empresas se reinventarem para atrair e manter colaboradores, não apenas para se destacarem no mercado, mas também para atender às expectativas internas dos funcionários. A cultura da empresa e a inclusão continuam sendo grandes preocupações. Entre aqueles que consideram mudar de emprego, menos da metade (47%) acredita que o atual é gratificante, em comparação com os 57% que optariam por permanecer.
A pesquisa também revelou que um em cada cinco trabalhadores (21%) possui múltiplos empregos, sendo que 69% o fazem para complementar a renda e quitar dívidas. Para Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor da Multimarcas Consórcios, a educação financeira deve ser mais incentivada para ajudar na organização das finanças e evitar endividamentos.
"A consciência dos gastos e o planejamento para grandes projetos beneficiam não apenas o indivíduo, mas todos ao seu redor. Identificar áreas de melhoria, analisar o mercado e estabelecer metas são passos básicos para o planejamento anual, preparando-o para períodos mais longos e evitando endividamentos", explica Lamounier.
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